Etiópia: alcançado importante acordo entre governo e líderes tigrínios
Vatican News
Na mensagem Urbi et Orbi no dia de Natal, o Papa Francisco recordou os tantos conflitos existentes na atualidade, destacando em particular que "a guerra na Ucrânia agravou ainda mais a situação, deixando populações inteiras em risco de carestia, especialmente no Afeganistão e nos países do Corno de África. Toda a guerra – bem o sabemos – provoca fome e serve-se do próprio alimento como arma, ao impedir a sua distribuição às populações já atribuladas."
"Neste dia, aprendendo com o Príncipe da paz, empenhemo-nos todos – a começar pelos que têm responsabilidades políticas – para que o alimento seja só instrumento de paz. Enquanto saboreamos a alegria de nos reunirmos com os nossos, pensemos nas famílias mais atribuladas pela vida e naquelas que, neste tempo de crise económica, atravessam dificuldades por causa do desemprego e carecem do necessário para viver."
Neste sentido, a serem comemorados os colóquios realizados nos últimos dias entre uma delegação de Adis Abeba e os dirigentes da Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF) sobre a retirada das forças eritreias do norte do país, definidos pela mídia local como cordiais e históricos.
A delegação do governo reuniu-se com os líderes tigrínios em Mekelle, no último dia 26 de dezembro, para discutir uma série de questões urgentes concernentes à ajuda humanitária, serviços básicos, comércio e a retirada das forças da Eritreia e Amhara.
Segundo o assessor do presidente do Tigré, Getachew Reda, que também assinou o acordo de paz com o governo etíope, em nome da Frente Popular de Libertação de Tigré (TPLF), o “encontro foi muito frutífero, a ponto de se chegar a um acordo importante. Continuaremos a dar impulso ao progresso, na medida em que forem enfrentados os desafios futuros".
O governo etíope prometeu retomar todos os serviços das instituições e restaurar a infraestrutura, em todas as áreas da região. A Etiópia e as forças rebeldes de Tigré concordaram em criar um órgão para monitorar e garantir, juntos, o acordo de paz, assinado na África do Sul, em 2 de novembro passado, para acabar com guerra sangrenta e que o acordo seja respeitado por todas as partes. Os termos do acordo contemplam também garantias de acesso humanitário e entrada do exército etíope na capital do Tigré. Esta foi a primeira delegação do governo federal etíope a visitar a região, após dois anos do início do conflito, para supervisionar a atuação do atual acordo de paz.
No ultimo dia 27 de dezembro, a companhia aérea nacional, Ethiopian Airlines, anunciou a decisão de retomar os voos para Mekelle, a fim de permitir o reencontro das famílias, facilitar a retomada das atividades comerciais, estimular o fluxo de turistas e contribuir com oportunidades úteis para a sociedade.
*Com informações da Agência Fides
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