País caribenho vive uma situação de crise política e social que tem se agravado cada vez mais nos últimos anos País caribenho vive uma situação de crise política e social que tem se agravado cada vez mais nos últimos anos

Haiti: começa-se a fazer justiça com as próprias mãos contra violência e sequestros

"Em um contexto de vácuo constitucional e impunidade judicial, as pessoas estão reagindo para tentar remediar os muitos sofrimentos de anos de violência. Há quinze dias na ilha caribenha, o medo foi substituído por reações que, infelizmente, nem sempre são pacíficas", explica o missionário padre Nestor Fils-Aimé. O contexto social na ilha caribenha se deteriorou ainda mais desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021 e a população se vê lutando por justiça e segurança

Vatican News

Ouça a reportagem e compartilhe

"A população haitiana está se revoltando contra a violência desenfreada e os sequestros por mãos de gangues armadas", escreve à Agência Fides o padre Nestor Fils-Aimé, superior provincial dos Clérigos de São Viator (CSV) do Canadá.

Vácuo institucional e impunidade judicial

"Em um contexto de vácuo constitucional e impunidade judicial, as pessoas estão reagindo para tentar remediar os muitos sofrimentos de anos de violência. Há quinze dias - explica o missionário - na ilha caribenha, o medo foi substituído por reações que, infelizmente, nem sempre são pacíficas. Para dar alguns exemplos, mais de 200 bandidos foram atacados recentemente, barricadas foram erguidas em vários bairros e carros estão sendo revistados para ver se estão portando armas".

"O conceito de como obter justiça - acrescenta o padre Nestor - é muito variado. Nós, missionários, deploramos a situação, mas a entendemos porque as pessoas se sentem abandonadas à própria sorte. As pessoas não querem uma intervenção militar da ONU, que não resolveria os problemas, mas os agravaria. Hoje, a intervenção militar só beneficiaria o governo de Ariel Henri e seus capangas. Nós, os Missionários Clérigos de São Viator, continuamos a viver e a compartilhar o sofrimento, mas também a esperança do povo haitiano".

O sequestro e libertação do padre Médidor

O Superior Provincial dos Clérigos de São Viator voltou a falar de seu confrade padre Jean-Yves Médidor, que havia sido sequestrado por uma gangue de bandidos em 10 de março deste ano e libertado no dia 22 do mesmo mês.

"Desde a sua libertação, padre Médidor deixou a residência escolar em Croix-des-Bouquets e está sendo acompanhado por um psicólogo com o qual está lidando com os dias de seu sequestro. Ele está se saindo bem e voltará à paróquia em breve".

 

Situação agravada após assassinato do presidente Moïse

"No próximo ano, planejamos deixar a área onde a escola está localizada. Fecharemos até que um regime de segurança seja estabelecido. Os cem alunos da 'Institution Mixte Saint-Viateur' serão transferidos para salas de aula improvisadas que serão instaladas na Paróquia de Cristo Rei, pela qual o padre Médidor é responsável, em outro bairro de Croix-des-Bouquets".

O contexto social na ilha caribenha se deteriorou ainda mais desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse em julho de 2021 e a população se vê lutando por justiça e segurança.

(com Fides)

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

09 maio 2023, 13:18