Terremoto no Marrocos: ONGs alertam para risco de violência sexual e casamentos forçados
Após o poderoso terremoto que atingiu o Marrocos, centenas de mensagens surgiram nas redes sociais promovendo casamentos com meninas menores de idade. Essa situação alarmante tem deixado ativistas e organizações de direitos das mulheres em estado de alerta, conforme relatado pela Al Jazeera.
De acordo com Yasmina Benslimane, uma ativista marroquina e fundadora da Politics4Her, uma organização sem fins lucrativos dedicada à promoção da igualdade de gênero na política, "[Os homens] querem casar com essas meninas, alguns deles justificando isso pela religião... Mesmo que sejam menores de idade, eles dizem que vão salvá-las."
Recentemente, um homem foi preso por promover conteúdo violento nas redes sociais. Ele é um estudante de vinte anos que, segundo a mídia local, se orgulhava de ter ido às áreas afetadas pelo terremoto com o objetivo de agredir sexualmente jovens meninas.
Esses eventos têm levado organizações de ativistas, como a liderada por Benslimane, pedirem às autoridades durante os esforços de socorro uma resposta que leve em consideração uma atenção especial às mulheres. Conforme destacado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, "mulheres e meninas têm 14 vezes mais probabilidade de morrer durante desastres em comparação com homens", observou Benslimane.
As operações de resgate das vítimas do terremoto ainda estão em andamento, com estatísticas oficiais indicando que o número de mortos é de 3.000 e de feridos, 6.125. Até o último resgate, realizado em 16 de setembro, foram identificadas vítimas em uma área montanhosa afetada por um deslizamento de terra, graças ao uso de drones equipados com câmeras de vídeo.
Hospital de campanha
O hospital de campanha em Asni, na província de Al Hazoud, onde ocorreu o epicentro do terremoto em 8 de setembro, tem sido fundamental no atendimento aos feridos. Construído em menos de 24 horas após o terremoto, o hospital não apenas oferece serviços de primeiros socorros, ortopedia, neurocirurgia e pediatria, mas também possui uma unidade de psicologia. Esta unidade é composta por 48 enfermeiros e cerca de cinquenta assistentes sociais que fornecem apoio psicológico aos sobreviventes do terremoto.
O Dr. Youssef Qamouss, médico chefe do hospital, descreveu à imprensa a corrida contra o tempo para salvar as vidas dos feridos graves. Durante as primeiras horas de funcionamento, o hospital de campanha recebeu de 500 a 600 pacientes por dia, aliviando a pressão sobre os hospitais de Marrakech. Os pacientes chegam às instalações de helicóptero em coordenação com a proteção civil e as forças armadas. No entanto, apenas os casos mais graves, após os procedimentos de triagem, estão sendo transferidos para o hospital civil de Tahnaout e para os hospitais de Marrakech.
*Com informações de Agências
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