Intervenção de Guterres na ONU sobre o confronto entre Israel e Hamas
Giancarlo La Vella - Cidade do Vaticano
"O sofrimento do povo palestino não pode justificar os terríveis ataques do Hamas em 7 de outubro". Ontem (24), no Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral, Antonio Guterres, condenou em termos inequívocos o sangrento ataque dos milicianos fundamentalistas que custou a vida de mais de 1.400 civis israelenses em 7 de outubro. Em seu discurso, Guterres continuou dizendo que "é importante reconhecer que os ataques do Hamas não surgiram do nada, mas de 56 anos de ocupação israelense sufocante". Essa é a interpretação da cúpula da ONU sobre o que está acontecendo no Oriente Médio. O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, criticou imediata e veementemente a segunda parte do discurso de Guterres, pedindo sua renúncia como chefe da ONU. "Não há justificativa ou sentido", disse o diplomata, "em falar com aqueles que demonstram simpatia pelos atos mais terríveis cometidos contra os cidadãos de Israel, muito menos por uma organização declaradamente terrorista". O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, fez eco a Erdan: "a culpa pelo 7 de outubro", enfatizou ele, "é exclusivamente do Hamas, não de Israel, nem de civis inocentes". Uma outra resposta às palavras de Guterres veio com o anúncio da negação de vistos de entrada em Israel para funcionários da ONU.
Unicef: centenas de crianças sob as bombas
Enquanto isso, os ataques israelenses à Faixa continuam, com bombardeios contínuos. O Unicef informa que mais de 2.300 crianças foram mortas em uma quinzena de bombardeios em Gaza. Mais de 5.300 ficaram feridas. "A morte e a mutilação de crianças, os ataques a hospitais e escolas e a negação do acesso humanitário constituem graves violações dos direitos das crianças. A humanidade deve prevalecer". Isso foi anunciado por Adele Khodr, diretora regional do UNICEF para o Oriente Médio e Norte da África. As pequenas vítimas se somam às dezenas de vítimas israelenses causadas pelo Hamas em 7 de outubro
A fronteira norte
A situação na parte norte do país está piorando. Ontem, vários ataques com foguetes do Líbano causaram um apagão generalizado nas Colinas de Golã controladas por Israel. No território vizinho do Líbano, há várias posições da milícia xiita pró-iraniana Hezbollah. Também há ataques israelenses contra posições do exército sírio.
Impasse com refens
A preocupação com os mais de 200 reféns israelenses nas mãos do Hamas continua. Ontem havia esperança de libertação de 50 deles com dupla nacionalidade, graças à mediação do Qatar e do Egito, mas depois tudo ficou paralisado. Parece claro que o destino dos sequestrados está ligado à continuação dos ataques israelenses à Faixa de Gaza e a um possível ataque terrestre. O presidente francês, Emmanuel Macron, falou sobre o assunto ontem. "Faremos tudo o que pudermos para levá-los em segurança de volta para suas casas", prometeu o chefe de estado francês, que visitou Israel, onde se encontrou com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e com as famílias dos cidadãos franceses mortos, desaparecidos ou reféns na Faixa de Gaza. Macron também se reuniu com o presidente da Autoridade Palestina, Abu Mazen, em Ramallah, na Cisjordânia, e hoje estará em Amã, onde provavelmente se encontrará com o rei Abdallah II.
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