Terra Santa, padre Faltas: "a paz está enterrada no túmulo da guerra"
Vatican News
"A paz está enterrada no túmulo da guerra. E com ela também a negociação". Foi o que afirmou o padre frei Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa, em um áudio enviado à agência Sir e divulgado por ocasião do Dia de oração, jejum e abstinência pela Paz na Terra Santa, celebrado esta terça-feira, 17 de outubro, por iniciativa do patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa.
Muitas crianças mortas e feridas, de ambos os lados
"Somente a mão de Deus pode trazer a paz de volta a esta Terra Santa", ressalta o frade, para quem, depois do atentado de 7 de outubro, "nossa vida mudou. Estamos horrorizados e tristes com o número de vítimas e feridos, milhares tanto em Israel quanto em Gaza. Muitas são crianças, mortas e feridas, de ambos os lados".
"Dói - diz o padre Faltas - ver e ouvir o grito de dor de tantas mães que perderam seus filhos. O amor materno não conhece fronteiras, toda mãe é a mãe de todos. Tantas mães e pais perderam suas vidas para proteger a de seus filhos, tanto em Gaza quanto em Israel. Meus pensamentos hoje se voltam para todas as crianças que não estão mais aqui, para todos aqueles que, com suas famílias, estão agora sendo obrigados a deixar Gaza. Não têm mais um lar e, o que é ainda mais terrível, não sabem para onde ir".
O olhar do franciscano também se volta para Jerusalém e Belém, agora vazias, onde, diz ele, "as pessoas estão trancadas dentro de suas casas. Em toda parte, há um silêncio estranho, um silêncio nascido do medo e da angústia".
Que o Papa Francisco sacuda a consciência dos poderosos
"Estamos aterrorizados com a possibilidade de que o que aconteceu em 7 de outubro ocorra novamente, de repente. As escolas e as lojas estão fechadas. Também fechamos nosso albergue Casanova, os últimos grupos saíram há dois dias. A Basílica do Santo Sepulcro se esvaziou, não há mais peregrinos em fila para entrar e tocar, apenas por um minuto, o túmulo de Cristo".
Padre Faltas pede ao Papa Francisco "que intervenha, que sacuda a consciência dos poderosos do mundo, porque não são necessárias armas para resolver essas situações terríveis. É necessário agir imediatamente com ações de encontro e de diálogo, acordadas entre as diferentes nações, que levem a um plano de paz. A comunidade internacional pode fazer muito se quiser".
A oração do vigário da Custódia é a Deus, para que suscite "líderes que saibam, como São Francisco, olhar diretamente para o coração do problema e pôr fim a essa guerra. A história nos ensina que houve grandes líderes que trabalharam com amor pela paz e pela liberdade, que agiram para eliminar toda guerra e todas as formas de ódio e vingança para o bem da humanidade. Todos nós estamos envolvidos nessa guerra. Apoiemos a paz com orações e boas práticas".
(Com Sir)
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