A visualização do drone mostra edifícios destruídos na cidade de Chasiv Yar, na linha de frente, na região de Donetsk, Ucrânia, em 4 de julho de 2024. NGU/via REUTERS A visualização do drone mostra edifícios destruídos na cidade de Chasiv Yar, na linha de frente, na região de Donetsk, Ucrânia, em 4 de julho de 2024. NGU/via REUTERS  

Ucrânia: em maio, o maior número de vítimas civis em um ano

A Rússia aumentou consideravelmente os ataques contra alvos civis, o que já vinha fazendo desde o início da inavasão da Ucrânia. Na quarta-feira, o novo presidente da União Europeia Viktor Orban foi recebido por Zelensky em Kiev.

Vatican News

Maio registrou o maior número de vítimas civis “em quase um ano” na Ucrânia, revela a Missão de Monitorização dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Ucrânia (HRMMU), denunciando um aumento dos ataques russos entre março e maio.

O relatório traça a situação entre 1° de março e 31 de maio e destaca as dificuldades enfrentadas pela população e o impacto dos ataques russos nas infraestruturas energéticas, fala sobre a nova ofensiva em Kharkiv e outros desenvolvimentos nas áreas ocupadas.

“Os combates da primavera tiveram um impacto terrível sobre os civis, especialmente na região e na cidade de Kharkiv”, afirmou Danielle Bell, chefe do HRMMU. “Os ataques incessantes ​​resultaram em trágicas perdas de vidas, deslocamentos e destruição de casas e empresas.”

A missão da ONU destacou entre as principais causas desta situação o uso de bombas e mísseis lançados do ar sobre áreas povoadas e os casos de ataques sucessivos à mesma localidade em um curto espaço de tempo, provocando vítimas também entre aqueles que foram prestar socorro às vítimas do ataque precedente. Além disso, durante este período, as Forças Armadas Russas lançaram a maior campanha de ataques contra infra-estruturas críticas na Ucrânia desde o Inverno de 2022 e 2023.

Em Kiev, Zelensky reiterou a Orbán a necessidade de uma paz justa

 

A Ucrânia não está preparada para selar pactos com a Rússia, renunciando a qualquer um dos seus territórios para pôr fim à guerra, afirmou Andriy Yermak, chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após a visita a Kiev na quarta-feira, 3, do novo presidente rotativo da União Europeia, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Kiev ouvirá qualquer conselho sobre como alcançar uma "paz justa", afirmou Yermak, reiterando um conceito já expresso por Zelensky durante o encontro com Orban, "mas não estamos prontos para comprometer coisas e valores muito importantes como independência, liberdade, democracia, integridade territorial e soberania".

De Orbán, por outro lado, na sua primeira visita a Kiev desde a invasão russa, uma mensagem com tom oposto. O chefe do governo Húngaro, acusado de assumir posições pró-Rússia, exortou a Ucrânia a considerar e aceitar “um cessar-fogo imediato”, o que permitiria acelerar o início das negociações para chegar ao fim da guerra. A Hungria aprecia as iniciativas de paz propostas pela Ucrânia, acrescentou Orban, sublinhando o desejo de melhorar as relações com Kiev e assinar um acordo de cooperação bilateral.

"Orbán fez uma proposta de paz, veremos", diz ministro italiano

 

"Orbán fez uma proposta" sobre a Ucrânia "ele é o presidente de turno e depois haverá uma reunião de ministros das Relações Exteriores em Budapeste quando as atividades forem retomadas. Veremos, a ideia dele é a do governo húngaro, é um discurso mais amplo, depois é preciso olhar o trabalho e a ideia da União Europeia e de todas as forças no terreno na Ucrânia."

A afirmação é do vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, à margem da assembleia da Farmindustria. "Zelensky tem razão, é preciso uma paz com justiça e não é possível pensar em paz com a ocupação dos territórios ucranianos. Portanto, a paz e o cessar-fogo são bons, mas não deve prevalecer quem violou as regras internacionais", acrescentou.

"Grupo de Xangai" na capital do Cazaquistão

 

Em Astana, Cazaquistão, está para se concluir o encontro da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), que é uma organização política, econômica e militar da Eurásia fundada em 2001 em Xangai pelos líderes da China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. 

Vladimir Putin aproveitou a ocasião para reiterar que "a proposta de acordo da Rússia para a ucrânia poderia frear as hostilidades" e que "um mundo multipolar tornou-se uma realidade", sendo a OCX, juntamente com os BRICS, "os pilares da nova ordem mundial emergente".

Seu amigo Xi Jinping, também presente, afirmou que a China "está do lado certo da história".  O líder chinês continua a não usar a palavra guerra, negando as provas da agressão russa, e garante ao resto do mundo que Pequim é neutra no conflito. Putin agradece-lhe declarando que as relações entre Moscou e Pequim estão “no ponto mais alto da sua história”.

A Turquia participa do encontro como país observador. O presidente Recep Tayyip Erdogan insistiu com Vladimir Putin a sentar-se na mesa de negociações e por fim ao conflito na Ucrânia. "Uma paz justa é possível", é a mensagem do líder turco a Putin.

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04 julho 2024, 10:03