Lançado "Guia Vestígio das Missões desde 1626"
Jackson Erpen - Cidade do Vaticano
Em 18 de dezembro de 2023, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul instituiu o ano de 2026 como dos 400 anos das Missões Jesuíticas Guaranis no Estado. No Artigo 2º do decreto é explicado que os objetivos são "divulgar e promover os fatos que protagonizaram e as contribuições das Missões Jesuíticas Guaranis no Estado, com eventos que deverão acontecer no ano de 2026, em todas as cidades afins com a história Jesuítica Guarani; e preservar e difundir a memória e a história das Missões Jesuíticas Guaranis no Estado, visando à promover a cultura e o turismo, compondo um roteiro para realização de diversos eventos que deverão acontecer, sempre em comemoração ao quadricentenário".
Também devido às suas raízes latino-americanas Francisco, primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro, foi convidado a visitar a região das Missões - em particular no ano de 2026 - quer pela presidência da CNBB em 13 de janeiro de 2022, como pelo governador do Estado Eduardo Leite ao final de uma Audiência Geral em 17 de abril de 2024. Convites estes endossados pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e por entidades envolvidas na divulgação e promoção daquela que foi considerada por célebres escritores e filósofos como a "grande utopia da humanidade".
Esse rico patrimônio formado pelas Reduções Jesuíticas presentes na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai vem despertando sempre maior interesse por parte de estudiosos e pesquisadores, também pela influência na formação da identidade cultural dos povos que habitam essas regiões.
Muitos destes estudos e pesquisas históricas resultam em publicações que trazem novos elementos que acabam por enriquecer o material histórico já disponível. Entre estas, temos o recém lançado "Guia Vestígio das Missões desde 1626", de autoria de Juliano Ozga, gaúcho nascido em São Luiz Gonzaga também autor de "Manuscritos do Pe. Cláudio Ruyer SJ sobre Batalha do M'Bororé (1641)" e "Música Barroca Missioneira Jesuítica Guarany".
Juliano explicou ao Vatican News, que o livro "é um trabalho que tenta englobar mais de 200 pontos geográficos no Rio Grande do Sul com algum vínculo histórico, arqueológico, geográfico desde 1626, ou seja, a entrada da Companhia de Jesus por San Nicolau, que na época seria a primeira fase das povoações dos jesuítas da primeira fase, em 1626, São Nicolau". Assim, o "Guia Vestígio das Missões desde 1626" é "a tentativa de registrar e catalogar para futuras pesquisas mais aprofundadas, mais técnicas de cada um desses pontos, porque são pontos no território que abrangem o Rio Grande do Sul inteiro, não é localizado apenas na região das Missões do noroeste do Rio Grande do Sul. São pontos geográficos em todo o território do Rio Grande do Sul."
Elementos que motivaram e inspiraram a realização desse novo livro sobre as Missões?
Primeiramente, este livro, depois de três anos sendo editado, diagramado, ele para mim se tornou uma homenagem e é dedicado à memória do amigo fraterno, guardião e guia do caminho missioneiro que entrou no Portal do Itaroquen espiritual (segundo Furtado 1987: ITAROQUEM - povoado na região de São Luiz Gonzaga. J. Borges Fortes dá "ytoro-quem", água que jorra ruidosamente; mais plausível é "itá", pedra, "oquen", porta, abertura: "itá-r-oquen ", “a porta de pedra”) Grato, a pessoa, a alma de Rodrigo de Morais Fabricio. Grato por sua luz, seu coração íntegro e amizade fiel.
Este guia, finalizado agora, é uma homenagem a esta pessoa que, dentro desses pontos geográficos, muitos conheci através desse amigo, nos trabalhos profissionais, viagens e depois editando o guia, eu percebi que conhecia vários locais, então agradecer essa pessoa, Rodrigo de Morais Fabrício, que já está num plano superior, graças a Deus, e por ser um guardião e um guia desse caminho e por coincidência, ou não, por um privilégio espiritual, ele está enterrado no cemitério do Itaroquém, no interior de Santo Antônio das Missões, um dos cemitérios mais emblemáticos e históricos desde a época dos jesuítas, da redução de São Borja, onde tem aquela história da porta do sacrário, onde guardavam a hóstia e que está no Museu Monsenhor Wolski em Santo Antônio das Missões.
A importância desse resgate histórico....
Para mim, a importância desse resgate histórico se fundamenta em todo o trabalho de fazer um registro ou um inventário de bens das Missões baseado em toda a tradição que eu conheci, graças a Deus, aqui em Ouro Preto, Minas Gerais, uma cidade onde nasceu também toda a estrutura do SPHAN, o que é o IPHAN hoje era SPHAN e antes do SPHAN tinha o Museu de História e Arte Sacra, o Instituto Histórico de Ouro Preto, na pessoa do Sr. Vicente Racicop, que foi grande amigo do precursor e incentivador do legado da tradição das missões do Rio Grande do Sul, foi amigo de Getúlio Vargas, e depois, nesse segmento de 1930 para frente com a junção do Ministro Capanema, de Andrade, eles se desmembraram e formaram tradição do que conhecemos hoje por IPHAN e o atual Museu da Inconfidência de Ouro Preto.
Então esse trabalho dentro das missões, a importância dele não está sendo elaborada agora. Posteriormente ele será talvez básico para futuras pesquisas, porque esse aqui é um guia e mapeamento do que procurar no Rio Grande do Sul sobre vestígio das missões. Então ele é um guia para a pessoa que se interessa conhecer, visitar como turista, como viajante, como pesquisador, como fotógrafo e o guia que ele vai se aprofundar depois na sua área. Mas o importante do Guia Vestígio das Missões desde 1626 é o registro dos locais, o mapeamento geográfico e a importância como inventário de bens geográficos, topográficos e localizações para não se perder esses pontos de referência para futuras pesquisas.
Sobre o guia, todo o mérito, sempre vou deixar claro aqui, todo o mérito pelo trabalho, pela ideia inicial do jornalista atualmente residente em São Luís Gonzaga, Daniel Campos. Daniel Campos, que com o trabalho de campo levou dois, três anos, para finalizar também ele iniciou esse projeto como um mapeamento no Google Maps dos vestígios da primeira e segunda fase. Então é um trabalho vestígios do primeiro e segundo ciclo missioneiro no Rio Grande do Sul, idealizador, jornalista Daniel Campos, São Luiz Gonzaga, ou seja, esse trabalho de mapeamento que o guia se basou é um trabalho que já teve todo um arcabouço de mais de um, dois anos anterior. Conhecendo o trabalho, conversando com o senhor Álvaro, que é o coordenador do GPM GRANDE PROJETO MISSÕES, Álvaro Medeiros de Farias Thaisen, propus o trabalho como colaborador e fazer a edição desse material em forma de guia, sequencial, impresso ou digital, ou seja, um guia, um livro.
Então foi aceito e todo o mérito deste trabalho antes de se criar o guia, foi todo um trabalho de campo, de pesquisa, de colaboradores, idealizado pelo jornalista Daniel Campos. Então isso sempre tem que ficar registrado e também o meu interesse de fazer o guia foi registrar o trabalho em forma de livro, com ISBN, com o nome do Daniel Campos, e isso é uma formalização, um reconhecimento do trabalho dele. Então o Guia Vestígio das Missões desde 1626 é uma junção do trabalho do jornalista Daniel Campos, de São Luís Gonzaga, que tem todo o mérito e a brilhante ideia de fazer esse mapeamento e depois, numa parceria com o GPM GRANDE PROJETO MISSÕES, a minha editora, a editora Aere Ret, Aere “Honra” Ret “direito”, ou seja, Honra Direito O Livro, apresentamos, todos concordaram e eu comecei a parte de fazer a diagramação, a montagem e depois, nesse meio tempo, o Sr. Álvaro fez a correção, apontamentos técnicos centrais para melhorar e a gente conseguiu chegar num total de 300 páginas. E nessas 300 páginas são mapeamentos, numerados com pontos no mapa, o nome das cidades, o que possui em cada cidade e adentramos por região, por exemplo, na página 53, 1- Passo do Padre, São Nicolau, Rio Grande do Sul, a foto do local, uma breve descrição do que é o local, um mapa pequeno com a localização geográfica e um endereço, se é um endereço com CEP, se é um museu, pelo menos rodovia, quilômetro. Um ponto por página, ou seja, são 233 pontos, cada página é um ponto geográfico.
Os preparativos para a celebração dos 400 anos das Missões Jesuítico-Guaranis....
Sobre os preparativos para os 400 anos das Missões Jesuíticas no Rio Grande do Sul, o Guia Vestígio das Missões desde 1626 é considerado um dos materiais para 2026. E um dos outros planos que já foi abordado, eu já levantei em certas discussões, é a campanha de Reconstrução de São Miguel das Missões.
Vocês que estão na Europa se interessam mais e vocês sabem que para Deus não existe impossível. Impossível é uma palavra que o homem inventou. Basta ver a reconstrução da Catedral de Notre Dame, e não há argumento e fatos ou teorias para dizer que não podeser reconstruído São Mig uel das Missões.
A campanha, talvez o mote daqui para frente até completar 500 anos em 2126, é a reestruturação, a reconstrução de São Miguel das Missões. Porque você observa vários patrimônios no Brasil, no mundo, sendo reconstruídos, e em São Miguel das Missões é dito que não pode, que não tem como, que é inviável.
Então a campanha é reconstruir São Miguel das Missões, ou seja, um apogeu da civilização, uma fusão de culturas que aconteceu. E por que não reconstruir São Miguel das Missões, fazer a história viva, uma catedral, uma igreja, que as pessoas vão visitar, e tem uma missa, tem uma vida espiritual viva no costume, no dia a dia, missas domingo de manhã, sábado de noite, procissão semana Santa, as cavalhadas, sexto dia de janeiro, dia dos três reis magos, tudo isso é a fé viva, no costume, no dia a dia.
Ah, mas é muito caro para reformar, não sei o que, não é possível, é impossível, não vai ser reformado. Isso é argumento que cai por terra, porque você viu, vocês que estão na Europa, Vatican News acompanha, o mundo inteiro acompanhou, em cinco, quatro anos foi reconstruída em Notre Dame, (3:20) e foi reconstruída no padrão antigo, com madeiramento, marcenaria artesanal, com toda a tecnologia, mas as estruturas foram replicadas o mais fielmente possível, então é possível, porque a estrutura está em São Miguel das Missões, de pé, há trezentos anos, tem a planta baixa, possui, existe, é interesse de uma campanha nacional e internacional, entre o Vaticano, entre a Ordem Jesuíta, (3:54) entre patrocinadores, pessoas privadas, consegue. O problema é quando entidades não querem.
Então a campanha, tem que vir de fora, é incentivar a campanha da reconstrução de São Miguel das Missões, a partir de 2026, para a gente não ver ruínas, as pessoas não gostam de ver ruínas, tapera, a pessoa quer ver a coisa viva, como existe, no IPHAN, em outros lugares, a história viva, em Ouro Preto, Minas Gerais, você chega numa igreja de trezentos anos, ela está viva, ela não está em ruínas, ninguém gosta de ver ruínas, escombro, guerra, destruição. A pessoa quer ver aquilo vivo, a fé viva, e não o resquício de batalha que houve no Sul, ficou a nostalgia. Então a campanha é essa, reconstruir São Miguel das Missões, próximos cem anos, e o que vocês puderem apoiar, ajudar, incentivar contra argumentos falaciosos e opositores, será muito bem-vindo....
Agradecimentos...
E agradecer principalmente aqui a confiança do grande projeto Missões, a pessoa do senhor Álvaro Medeiros de Farias Thaisen. Agradecer também aqui ao jornalista Daniel Campos de São Luiz Gonzaga, que foi o idealizador dos vestígios do mapeamento no Google Maps, e poder trabalhar com essas pessoas assim, contribuir da minha forma como editor, e poder diagramar, montar esse Guia Vestígios para as pessoas e deixar esse inventário missioneiro, da melhor forma possível que a gente conseguiu, sendo voluntário, sem recursos públicos, sem recursos privados, sem incentivo de qualquer maneira possível, porque foram procurados todas as maneiras possíveis, a nível municipal, estadual, federal, até entidades internacionais. Então fazer um trabalho de 300 páginas do jeito que foi feito, sem recurso, voluntário, há três anos, só falando da minha parte, sem contar o trabalho que o Daniel dispendiou. Isso aqui, ele sempre é uma comprovação de que, por mais que não tenha incentivo, quando a coisa, a causa é justa, ela se transforma aos poucos com a energia de algum lugar que a gente desconhece, mas está efetivado. São 300 páginas para o melhor proveito da população das pessoas.
Os caminhos para a aquisição do livro....
O livro está atualmente na Amazon em formato Kindle, formato digital, mas ele fica preto e branco. Então, para resolver esse problema técnico, ele foi feito agora a versão impressa dele em papel premiun colorido para as pessoas terem ele impresso, quem quiser depois comprar no Amazon.com, Estados Unidos, porque a impressão dele é no Estados Unidos, você vai comprar normal e chega em casa com frete, com tudo, só que ele colorido, essa aqui é a diferença, você vê uma foto de São Miguel das Missões com mapa colorido, é bem diferente do que você ler ele preto e branco no Kindle, então esse foi um dos trabalhos maiores colocar ele impresso. Sim, se torna caro porque são 232 fotos coloridas e 232 mapas coloridos em cada página, ou seja, são mais são quase 500 imagens coloridas dentro de um livro de 300 páginas. O custo-benefício dele saiu barato, é menos de um real por página colorida em folha A4, 21 por 29cm. Então, está dentro do padrão internacional da Amazon, excelente qualidade e o custo-benefício nem se compara ao valor histórico dele.
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