O presente do Papa à FAO
Cidade do Vaticano
“Mudar o futuro da emigração. Investir na segurança alimentar e no desenvolvimento rural”. Este foi o tema do pronunciamento do Papa Francisco na abertura do Dia Mundial da Alimentação, que como ocorre anualmente, é celebrado em 16 de outubro na sede da FAO, em Roma.
O Pontífice chegou pontualmente às 9 horas na sede da FAO em Roma e inaugurou a estátua que representa o menino sírio de 3 anos, Aylan Kurdi, afogado em uma praia de Bodrum, na Turquia, e que se tornou um símbolo do drama dos refugiados de todo o mundo. Junto a ele, um anjo que olha para o alto, chorando.
A obra do artista trentino Luigi Prevedel, em mármore carraca, foi presenteada ao Papa durante uma Audiência Geral. Francisco, por sua vez, decidiu doá-la à FAO.
O Pontífice foi acolhido pelo Diretor Geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, pelo Comissário Europeu para a Agricultura e o Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, por diversos Ministros da Agricultura do G7, o Diretor do IFAD, Gilbert Hounbo e o Diretor executivo do PAM, David Beasly.
O Primeiro a se pronunciar foi Graziano Neto, que deu as boas-vindas ao Papa e fez referência à estátua do pequeno Aylan.
O Dia Mundial da Alimentação realiza-se “no contexto de um mundo onde milhões de pessoas são obrigadas a fugir de suas casas – o maior êxodo desde a II Guerra Mundial, sublinha a FAO – por causa das guerras e instabilidades políticas”.
À este cenário somam-se a fome, “em aumento pela primeira vez em decênios”, “a pobreza” e “eventos meteorológicos extremos”, em aumento devido “às mudanças climáticas”.
A atenção maior para sair desta espiral negativa é investir nos jovens, para que não sejam obrigados a fugir de seus países e juntos apoiar o desenvolvimento de áreas rurais, como sugere o Relatório 2017 sobre o estado da alimentação e da agricultura apresentado recentemente pela FAO.
Até 2030, os jovens com idades entre 15 e 24 anos serão 1,3 bilhões, aumentando em cerca de 100 milhões, especialmente nas áreas rurais da África Subsaariana, as mais pobres do planeta.
O Relatório sublinha como as mudanças nas economias rurais podem ter um grande impacto para sair da pobreza, como demonstrado a partir dos anos 90. (JE)
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