Papa ao Patriarca Bartolomeu I: urgente crescer rumo a uma comunhão plena e visível
Cidade do Vaticano
“Hoje, ao render graças ao Deus do amor, na obediência à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo e na fidelidade ao ensinamento dos Apóstolos, reconhecemos como é urgente crescer rumo a uma comunhão plena e visível.”
São palavras do Santo Padre na Mensagem ao patriarca Bartolomeu I, pela festa de Santo André, celebrada esta quinta-feira, 30 de novembro, cujo apóstolo - irmão do apóstolo Pedro – é padroeiro do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla.
Tradicional troca de Delegações
No quadro da tradicional troca de Delegações por ocasião das respectivas festas dos santos Padroeiros – 29 de junho em Roma para a celebração dos santos Pedro e Paulo e 30 de novembro em Istanbul para a celebração de Santo André –, a Delegação vaticana é conduzida pelo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, o qual entregou ao Patriarca ecumênico a Mensagem assinada pelo Santo Padre, lida na conclusão da Divina Liturgia.
“Mesmo distante de Roma, por causa de minha visita pastoral a Mianmar e Bangladesh, desejo dirigir minhas melhores felicitações fraternas a Vossa Santidade e aos membros do Santo Sínodo, ao clero, aos monges e a todos os fiéis reunidos para a Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge para a comemoração litúrgica de Santo André”, ressalta o Pontífice na mensagem.
Solidariedade e proximidade espiritual recíprocas
A delegação que enviei é um sinal de minha solidariedade espiritual a vossa oração de ação de graças e louvor por tudo aquilo que Deus Todo-Poderoso e Misericordioso realizou mediante o testemunho do Apóstolo André, afirma.
Do mesmo modo, a Delegação do Patriarcado Ecumênico acolhida em Roma em junho passado demonstrou sua proximidade espiritual enquanto celebrávamos as maravilhosas obras que Deus, fonte de todo bem, realizou mediante os Apóstolos Pedro e Paulo, santos padroeiros da Igreja de Roma, prossegue.
50 anos do histórico abraço entre o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras
Francisco expressa satisfação pela comemoração da qual participou estes dias Bartolomeu I, do 50º aniversário da visita do Papa Paulo VI ao Fanar – sede do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla – em 25 de julho de 1967.
O Santo Padre lembra as palavras do Patriarca Atenágoras ao acolher Paulo VI, as quais podem continuar inspirando o diálogo entre nossas Igrejas: “Unamos aquilo que foi dividido, onde for possível, a partir das ações em que ambas as Igrejas estão envolvidas, dando maior força às questões de fé e de disciplina canônica que temos em comum”, destaca.
Papa encoraja diálogo teológico entre ambas as Igrejas
Francisco menciona ainda o Comitê de Coordenação da Comissão Conjunta Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa encorajando novamente este diálogo teológico.
“O consenso alcançado pelos católicos e pelos ortodoxos sobre alguns princípios teológicos fundamentais que regulam a relação entre primado e sinodalidade na vida da Igreja no primeiro milênio pode servir para avaliar, também criticamente, algumas categorias e práticas teológicas que se desenvolveram ao longo do segundo milênio em conformidade com tais princípios”, lê-se na mensagem.
Exercício do ministério petrino no contexto da sinodalidade e a serviço da comunhão da Igreja
Este consenso pode permitir-nos prever um modo comum de entender o exercício do ministério do Bispo de Roma, no contexto da sinodalidade e a serviço da comunhão da Igreja no contexto atual, afirma o Papa acrescentando que “esta tarefa delicada deve ser perseguida num clima de abertura recíproca e, sobretudo, em obediência ao pedido que o Espírito Santo faz à Igreja.
Francisco conclui dizendo acompanhar com grande interesse a participação do Patriarca em importantes eventos internacionais em defesa do cuidado da criação, a convivência pacífica entre os povos de diferentes culturas e tradições e a presença dos cristãos no Oriente Médio, fazendo votos de que católicos e ortodoxos possam promover iniciativas conjuntas sobre esses temas, “porque são muitos contextos em que ortodoxos e católicos já podem trabalhar juntos sem esperar o dia da plena e visível comunhão”.
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