Papa: serviço vocacional deve ser visto como alma de toda evangelização
Cidade do Vaticano
“Não se pode esquecer que o Senhor chama cada um pelo nome, com a sua história, e a cada um oferece e pede um caminho pessoal e intransferível em sua resposta vocacional.” Foi o que disse o Papa Francisco na mensagem esta sexta-feira (01/12) aos cerca de 800 participantes do Congresso sobre a pastoral vocacional reunidos no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum de Roma, organizado pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Tendo agradecido ao Dicastério vaticano pela iniciativa sobre a “Pastoral vocacional e vida consagrada. Horizonte e esperanças”, Francisco evidencia que esta quer ser uma contribuição para o próximo Sínodo dos Bispos que terá como tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Convicções sobre a pastoral vocacional
Oferecendo enriquecedores pontos de reflexão, o Santo Padre apresenta algumas convicções sobre a pastoral, aqui acenadas suscintamente. A primeira é a de que falar de pastoral vocacional é afirmar que toda ação pastoral da Igreja é orientada, por sua própria natureza, ao discernimento vocacional, enquanto seu objetivo último é ajudar o fiel a descobrir o caminho concreto para realizar o projeto de vida ao qual Deus o chama. “O serviço vocacional deve ser visto como a alma de toda a evangelização e de toda a pastoral da Igreja”, afirma o Papa.
Uma segunda convicção é de que a pastoral vocacional deve ter seu “húmus” mais adequado na pastoral da juventude. Pastoral juvenil e pastoral vocacional devem caminhar de mãos dadas. “A pastoral vocacional se apoia, surge e se desenvolve na pastoral juvenil”, acrescenta.
Uma terceira convicção é de que a oração deve ocupar um lugar muito importante na pastoral vocacional. O Senhor diz isso muito claramente, recorda Francisco: “Pedi ao Senhor da messe que mande operários para trabalhar na sua messe” (Mt 9,38).
Alguns desafios
Em seguida, o Pontífice passa a apresentar alguns desafios que considera importantes. Um primeiro é o da confiança. “Confiança nos jovens e confiança no Senhor”, precisa. Confiança nos jovens, porque há muitos jovens que, mesmo pertencendo à geração “selfie” ou a esta cultura que, mais que “fluida” parece “gasosa”, buscam um sentido pleno para a sua vida, mesmo se nem sempre procuram-no onde podem encontrar.
Ademais, prossegue, confiança no Senhor, certos de que Ele continua suscitando no Povo de Deus vocações para o Serviço do Reino. É preciso vencer a tentação fácil que leva a pensar que em certos âmbitos não é mais possível suscitar vocações.
Outro desafio apresentado pelo Santo Padre é a lucidez. “É necessário ter um olhar perspicaz e, ao mesmo tempo, um olhar de fé sobre o mundo, e em particular sobre o mundo dos jovens."
Um último desafio acenado é a convicção. Francisco afirma que “para propor hoje a um jovem o ‘vem e segue-me’ (Jo1,39) é preciso audácia evangélica; “a convicção de que o seguimento a Cristo, também na vida consagrada, vale a pena, e que a doação total de si à causa do Evangelho é algo belo e maravilhoso que pode dar um sentido a toda uma vida”.
O jovem de hoje não escuta tanto os mestres, escuta as testemunhas
Fazendo ressoar palavras do Beato Paulo VI na Evangelii nuntiandi, o Papa recorda que “o jovem, como todos nossos contemporâneos, não crê tanto nos mestres, quer, ao invés, ver testemunhas de Cristo”.
Francisco conclui afirmando que duas coisas lhe parecem claras no tema da pastoral vocacional e da vida consagrada: “A primeira é que não existem respostas mágicas e a segunda é que se está pedindo à vida consagrada, como de resto a toda a Igreja, uma verdadeira ‘conversão pastoral’, não só de linguagem, mas também de estilo de vida, se quiser conectar-se com os jovens para propor-lhes um caminho de fé e fazer-lhes uma proposta vocacional”.
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