Card. Hummes: "Urgente mostrar ao mundo situação dos índios"
Cristiane Murray – Cidade do Vaticano
Ao convocar o Sínodo para a Pan-amazônia para outubro de 2019, o Papa Francisco deu uma prova de que os povos amazônicos e toda a região amazônica são uma preocupação fundamental de seu ministério. Indo além da questão ecológica, o que o Pontífice quer mostrar, chamando a atenção para esta periferia do mundo?
Quem responde é o Cardeal Cláudio Hummes, fundador e Presidente da REPAM, a Rede Eclesial que reúne ordens, congregações, movimentos e realidades engajadas dos nove países com área amazônica em seu território: Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Brasil.
Mostrar ao mundo como vivem os povos indígenas
"Os índios estão, ao mesmo tempo, abertos para ouvir, por exemplo, a questão da evangelização. São eles é que são os protagonistas, os sujeitos, aqueles que acolhem o que acham importante para o seu momento - bastante trágico – pelo mundo afora, e aqui na nossa Amazônia também, e em relação ao futuro próximo e ao futuro a longo prazo, porque isto também significa construir uma nova história, dar-lhes as condições de uma nova história”.
A voz de Francisco deve chegar aos responsáveis
“O Papa mostra isso, cada vez de novo com seus gestos, escritos, mensagens, com esta visita que fará e com o Sínodo para a Amazônia: são fortes acenos que o Papa faz ao mundo e à sociedade e sobretudo, aos responsáveis políticos, econômicos, culturais, etc. para que os índios sejam respeitados”.
A escolha preferencial do Papa pelas periferias do mundo
“É extremamente importante este aspecto: os vários gestos que o Papa tem feito e vai certamente continuar a fazer. Ele vai novamente ao encontro daqueles que são os últimos, nas periferias da humanidade e lá estão normalmente os indígenas: esquecidos, ignorados, quando não ameaçados ou massacrados”.
Salvar a região, mas antes de tudo, os povos
“O fato de o Papa, quando anunciou o Sínodo, ter dito o objetivo, ele colocou, em poucas palavras, imediatamente, a questão indígena, porque são as pessoas, os povos que estão ali. É importantíssimo salvar a região amazônica, mas o valor maior são os povos que vivem ali e que precisam que a Amazônia seja preservada”.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui