Papa: dor e vergonha por abusos sexuais na Igreja no Chile
Cidade do Vaticano
Foi publicado esta quarta-feira (11/04), simultaneamente no Vaticano e no Chile, o conteúdo da Carta do Papa Francisco endereçada aos bispos chilenos, reunidos em Plenária episcopal na localidade de Punta de Tralca, após a informativa ao término da missão de seus enviados ao Chile para avaliar testemunhos de casos de abusos contra menores por parte de representantes da Igreja.
Profunda impressão por vidas crucificadas
Segundo comunicado da Conferência Episcopal Chilena, Francisco externa a “profunda impressão” que teve recebendo a informativa de Dom Charles Scicluna – arcebispo de Malta e presidente do Colégio para o exame de recursos e em matéria de delicta graviora (delitos mais graves) na Sessão Ordinária da Congregação para a Doutrina da Fé – e de Mons. Jordi Bertolomeu, oficial da mesma Congregação, após as audições realizadas em Nova York e Santiago do Chile no mês de fevereiro.
“Creio poder afirmar”, escreve o Santo Padre aos bispos, após uma “leitura atenta das atas do processo de escuta”, “que todos os testemunhos coletados falam num modo direto sem acréscimos nem adocicamentos, de muitas vidas crucificadas e lhes confesso – prossegue o Papa – que me provoca dor e vergonha”.
Reparar o escândalo o quanto possível e restablecer a justiça
Na missiva Francisco se dirige à plenária dos bispos da Conferência Episcopal Chilena para convidá-los a trabalhar juntos no restabelecimento da confiança na Igreja chilena. “Escrevo a vocês”, são palavras do Pontífice, “reunidos na 115ª assembleia plenária, para solicitar humildemente a colaboração e assistência de vocês nas medidas que a breve, médio e longo prazo deverão ser adotadas para restabelecer a comunhão eclesial no Chile, com o objetivo de reparar o quanto possível o escândalo e restabelecer a justiça”.
Para esse objetivo o Papa convocou os bispos chilenos a Roma, para dialogar sobre as conclusões da mencionada visita e diz:
Convida ainda a Igreja no Chile a entrar em uma profunda oração:
Pedido de perdão
No texto, Francisco reconhece também ter incorrido em “graves equívocos de avaliação e percepção da situação, especialmente devido a uma falta de informação verdadeira e equilibrada”. Ademais, o Santo Padre pede perdão a todas as pessoas que ofendeu e anuncia que se reunirá com os representantes das pessoas ouvidas e com quem conduziu as audições.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui