Papa: preocupação com a Nicarágua, cesse toda violência
Cidade do Vaticano
No Regina Coeli deste domingo – oração mariana do período pascal que substitui o Angelus –, mais um apelo do Santo Padre, desta vez voltado para a situação difícil vivida estes dias na Nicarágua.
“Estou preocupado com o que está acontecendo estes dias na Nicarágua, onde, após um protesto social, se verificaram confrontos, que causaram também algumas vítimas. Expresso minha proximidade àquele amado país, e me uno aos Bispos ao pedir que cesse toda e qualquer violência, se evite inútil derramamento de sangue e as questões abertas sejam resolvidas pacificamente e com sentido de responsabilidade.”
Redescobrir nossa identidade de discípulos do Senhor
Na alocução que precedeu a oração mariana o Santo Padre explicou que a liturgia deste IV Domingo de Páscoa prossegue no intento de ajudar-nos a redescobrir a nossa identidade de discípulos do Senhor Ressuscitado.
Nos Atos dos Apóstolos, continuou, Pedro declara abertamente que a cura do enfermo, operada por ele e da qual fala toda Jerusalém, foi feita em nome de Jesus, porque “em nenhum outro há salvação” (At 4,12).
Colocar a própria existência nas mãos do Senhor
Naquele homem curado encontra-se cada um de nós – aquele homem é a nossa figura, todos estamos ali –, encontram-se nossas comunidades: cada um por curar-se das muitas formas de enfermidade espiritual – ambição, preguiça, orgulho – se aceita colocar confiantemente a própria existência nas mãos do Senhor Ressuscitado.
“No nome de Jesus Cristo o Nazareno – afirma Pedro – este homem está curado diante de vós.” Mas quem é o Cristo que cura? Em que consiste o ser curado por Ele? De que nos cura? E mediante quais atitudes?
A resposta a todas essas perguntas, disse Francisco, a encontramos no Evangelho deste domingo, onde Jesus diz: “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Esta auto-apresentação de Jesus não pode ser reduzida a uma sugestão emotiva, sem nenhum efeito concreto! Jesus cura mediante o seu ser pastor que dá a vida.
“Dando a sua vida por nós, Jesus diz a cada um: ‘a sua vida vale tanto para mim, que para salvá-la dou todo o meu ser’. É exatamente esse oferecer a sua vida que o torna Pastor bom por excelência, Aquele que cura, Aquele que nos permite viver uma vida bonita e fecunda.”
Jesus pode tornar nossa vida alegre e fecunda
Francisco continuou explicando que a mesma página evangélica nos diz com quais condições Jesus pode curar-nos e pode tornar a nossa vida alegre e fecunda: “Eu sou o bom pastor – diz Jesus. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai” (Jo 10, 14-15).
Jesus não fala de um conhecimento intelectivo, não, mas de uma relação pessoal, de predileção, de ternura recíproca, reflexo da mesma relação íntima de amor entre Ele e o Pai. Essa é a atitude mediante a qual se realiza uma relação viva com Jesus: deixar-se conhecer por Ele – destacou o Pontífice, acrescentando:
“Não fechar-se em si mesmos, abrir-se ao Senhor, para que Ele me conheça. Ele é atento a cada um de nós, conhece profundamente nosso coração: conhece nossas qualidades e nossos defeitos, os projetos que realizamos e as esperanças que foram desiludidas. Mas nos aceita como somos, também com nossos pecados, para curar-nos, para perdoar-nos, nos guia com amor, para que possamos atravessar estradas impérvias sem perder o caminho. Ele nos acompanha.”
Neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações, disse Francisco, a Virgem Maria interceda a fim de que muitos respondam com generosidade e perseverança ao Senhor que chama a deixar tudo pelo seu Reino.
Senhor da messe e pastor do rebanho, enviai operários para trabalhar na sua messe
Hoje, em particular, disse ainda, agradecemos a Deus pelos novos sacerdotes que ordenei pouco antes na Basílica de São Pedro. E peçamos ao Senhor que mande muitos bons operários para trabalhar na sua messe, bem como multiplique as vocações para a vida consagrada e o matrimônio cristão.
“Como disse, ordenei dezesseis sacerdotes. Quatro deles vieram aqui par saudá-los e dar a bênção comigo.” “Neossacerdotes, venham à janela ao meu lado”, convidou-os antes de conceder a sua Bênção apostólica a todos os presentes na Praça São Pedro.
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