Papa: custodiar o Planeta e proteger os povos
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco enviou uma mensagem ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, por ocasião do simpósio ecológico internacional “Rumo a uma Ática mais verde: preservar o Planeta e proteger seus habitantes”. O encontro teve início em Atenas, na Grécia, nesta terça-feira (05/06) e prossegue até a próxima sexta-feira (08/06).
“O cuidado da criação, visto como dom partilhado e não como posse privada, implica sempre o reconhecimento e o respeito pelos direitos de cada pessoa e de cada povo”, escreve o Papa Francisco no texto.
Situação dos migrantes e refugiados
O Patriarca Bartolomeu, que participa do encontro, proferiu um discurso intitulado “Por uma resposta única à crise ecológica”.
Na mensagem, o Papa expressa “profundo apreço por esta nobre iniciativa, que segue uma série de simpósios semelhantes em diferentes partes do mundo”, estende suas saudações também a Jerônimo II, arcebispo de Atenas e toda a Grécia, e afirma manter uma “recordação viva” da visita realizada junto com Bartolomeu e Jerônimo a Lesbos, em 16 de abril de 2016, “para expressar a preocupação comum com a situação dos migrantes e refugiados”.
O Papa ressalta que ficou “encantado com a paisagem do céu azul e do mar”, pensando que como “um mar tão bonito tinha se tornado o túmulo de homens, mulheres e crianças que, na maioria, tinham somente tentado fugir das condições desumanas em suas terras de origem”.
Generosidade do povo grego
Francisco acrescenta que “constatou pessoalmente a generosidade do povo grego, tão rico e cheio de valores humanos e cristãos, e seus esforços, não obstante os efeitos da crise econômica, para dar conforto aos que tinham chegado a seu país”. “Que as contradições dramáticas vividas durante essa visita possam ajudar a entender a importância do tema do simpósio.”
“Não são apenas as casas das pessoas vulneráveis no mundo que caem como pode ser visto no crescente êxodo de migrantes climáticos e refugiados ambientais em todo o mundo”, esclarece o Papa, lembrando uma passagem incisiva da Encíclica Laudato si, na qual se manifesta a preocupação de que “provavelmente estamos condenando as futuras gerações a uma casa comum deixada em ruínas”.
Por isso, exorta: “Hoje, devemos nos fazer honestamente” a pergunta sobre que tipo de mundo “queremos transmitir” àqueles “que virão depois de nós”, fazendo “um sério exame de consciência sobre a proteção do Planeta confiado aos nossos cuidados”.
Desafio urgente de cuidar da criação
Segundo Francisco, “a crise ecológica que agora afeta toda a humanidade está arraigada no coração humano, que aspira controlar e explorar os recursos limitados de nosso Planeta, ignorando os membros vulneráveis da família humana”.
“Não podemos ignorar o mal difundido e generalizado na situação atual. Em nossa mensagem conjunta para o Dia Mundial de Oração pela Criação, em 1º de setembro passado, afirmamos que “o chamado e o desafio urgente de cuidar da criação é um convite para toda a humanidade a trabalhar por um desenvolvimento sustentável e integral”.
E se “o dever de cuidar da criação desafia todas as pessoas de boa vontade, aos cristãos pede para reconhecerem as raízes espirituais da crise ecológica e cooperar dando uma resposta unívoca”.
O Dia Mundial de Oração pela Criação é “um passo nessa direção, pois mostra a nossa preocupação comum e aspiração de trabalhar juntos para enfrentar essa delicada questão”.
Francisco reitera a “firme intenção de que a Igreja Católica prossiga junto com o Patriarcado Ecumênico ao longo desse caminho” com a “esperança de que católicos e ortodoxos trabalhem ativamente pelo cuidado da criação e por um desenvolvimento sustentável e integral”.
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