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Papa ao mundo do trabalho: muitos os excluídos do progresso econômico

Recebidos na Sala Paulo VI, os Mestres do Trabalho italianos: o direito à esperança é o primeiro direito humano. Sem trabalho não se pode contribuir ao bem comum. Apelo a não deixar sozinhos os migrantes.

Cidade do Vaticano

 

O Papa Francisco concluiu suas atividades, na manhã desta sexta-feira (15/6), recebendo na Sala Paulo VI, no Vaticano, cerca de 600 participantes no Encontro nacional da Federação “Mestres do Trabalho da Itália”.

Em sua saudação, o Santo Padre expressou seu apreço por este encontro “que representa uma preciosa ocasião de partilha e reflexão sobre alguns temas fundamentais para a nossa sociedade e o mundo”. E explicou:

É importante a contribuição, que, como Mestres do Trabalho da Itália e mediante vários meios, deram para o crescimento de um contexto social mais inclusivo e digno para todos. A sua Federação representa um exemplo de compromisso e serviço pelo bem comum, mas também tem grande responsabilidade e dever”.

Desde a histórica Encíclica “Rerum Novarum” de Leão XIII, recordou Francisco, a doutrina social da Igreja colocou o trabalho ao centro das questões da sociedade:

“O trabalho está ao centro da vocação, que Deus deu ao homem, de prolongar a sua ação criadora e realizar, através da sua livre iniciativa e arbítrio, o domínio sobre as outras criaturas, no devido respeito e harmonia. Somos chamados a contemplar a beleza deste projeto divino, fundado na concórdia entre os seres vivos e a natureza”.

Neste sentido, o Papa salientou, com preocupação, as condições em que vivem a humanidade e a criação: “Quantas pessoas ainda permanecem excluídas do progresso econômico! Quantos irmãos sofrem e são espezinhados pelas violências, as guerras ou pela degradação ambiental! Quantos vivem oprimidos e sem esperança, sob nossos olhares indiferentes, exclamou o Papa! E afirmou:

A esperança em um futuro melhor passa sempre pela própria atividade e audácia. Logo, pelo próprio trabalho e jamais pelos meios materiais. Toda pessoa pode e deve dar a sua contribuição para a vida social. A sociedade é arraigada no trabalho, segundo o projeto de Deus”.

Retomando a temática do Encontro Nacional italiano, o Papa destacou, de modo particular, o trabalho no âmbito do riquíssimo patrimônio ambiental, artístico e cultural, que representa um bem precioso para o país.

Porém, para prosseguir neste objetivo, disse Francisco, emerge a questão moral, que se inspira nos valores da coerência, da responsabilidade e da transparência, que devem ser propostos e difundidos no contexto social e trabalhista. E ponderou:

Renovar o trabalho, no sentido ético, significa renovar toda a sociedade, combatendo a fraude e a mentira, que envenenam o mercado, a convivência civil e a vida das pessoas, sobretudo dos mais frágeis. Por isso, para testemunhar os valores humanos e evangélicos, em todos os contextos e circunstâncias, é preciso coerência na totalidade da vida, como uma verdadeira missão”.

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15 junho 2018, 13:54