Nicaraguenses na Praça São Pedro durante o Angelus Nicaraguenses na Praça São Pedro durante o Angelus 

Papa: apoio ao diálogo e à democracia na Nicarágua

A Nicarágua atravessa grave crise sócio-política. Neste domingo o Papa Francisco dirigiu seu pensamento ao país centro-americano, unindo-se aos bispos e às pessoas de boa vontade que não medem esforços em mediar o processo de diálogo nacional que será retomado na terça-feira.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano


Após rezar o Angelus com os fiéis na Praça São Pedro, o Papa Francisco voltou seu pensamento “ao amado povo da Nicarágua”, unindo-se aos esforços conjuntos pelo diálogo:

“Renovando a minha oração pelo amado povo da Nicarágua, desejo unir-me aos esforços que os bispos do país e tantas pessoas de boa vontade estão realizando, em seu papel de mediação e de testemunho pelo processo de diálogo nacional em andamento no caminho da democracia”.

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De fato, a Conferência Episcopal da Nicarágua havia anunciado nestes dias que a sessão plenária do diálogo nacional para superar a crise atual no país centro-americano será retomada na terça-feira, 3 julho. A informação é do jornal "El Nuevo Diario".

À espera de uma resposta do presidente Ortega

 

A retomada do diálogo, que contará com a presença de representantes da Comissão Interamericana para os Direitos Humanos (CIDH) e das Nações Unidas, acontecerá não obstante o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, não tenha dado ainda uma resposta oficial ao pedido dos bispos para antecipar as eleições no país. Ortega "não nos respondeu, e acredito que não nos responderá", afirmou Dom Abelardo Mata, bispo de Estelí.

O que diz o roteiro pensado pela Igreja?

 

No dia 7 de junho, a Conferência Episcopal entregou um road map a Ortega para resolver a crise socio-política em andamento na Nicarágua há mais de dois meses.

O projeto inclui eleições antecipadas a serem realizadas em março de 2019 e a nomeação de novos juízes eleitorais e do Supremo Tribunal de Justiça. Dom Mata acrescentou que a Conferência Episcopal continuará a exortar o presidente Ortega para que dê uma resposta concreta à proposta dos bispos, ressaltando que “se ele é realmente um estadista, ele deve ouvir o seu povo.”

Alta taxa de mortalidade

 

O prelado divulgou estas declarações depois de concluir uma reunião com Marlene Londono, representante do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Segundo o bispo de Estelí, a representante das Nações Unidas disse que queria trabalhar em conjunto para acabar com a violência na Nicarágua. "Estou preocupada pela alta taxa de mortalidade registrada", acrescentou.

A missão da ONU em Masaya

 

Espera-se que a missão da ONU visite a cidade de Masaya, onde reunirá evidências da repressão sofrida nas últimas semanas. Esta cidade é a segunda que registrou mais mortes durante os protestos que eclodiram com a proposta de reforma previdenciária, depois retirada pelo presidente Ortega.

Marcha de las flores

 

E durante a “Marcha de las Flores” realizada em Manágua no sábado, 30, em memória das crianças mortas durante a crise sócio-política no país, uma pessoa foi morta e ao menos nove ficaram feridas quando um grupo de encapuzados iniciou um tiroteio na rótula Jean Paul Guenie, destino final da manifestação.

Outro incidente ocorreu quando um estudante que estava entrincheirado na Universidad Nacional Autónoma de Nicaragua, foi atingido por um disparo na cabeça e está em estado crítico.


 

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01 julho 2018, 13:19