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Papa João Paulo I: 40 anos da eleição

Em 26 de agosto de quarenta anos atrás João Paulo I foi eleito Papa. Foi um dos Pontificados mais breves da história. Suas primeiras palavras aos fiéis: "Espero que me ajudeis com as vossas orações"

Cidade do Vaticano

Era o dia 26 de agosto de 1978: o cardeal Albino Luciani, patriarca de Veneza, ao ser eleito Papa escolhe o nome de João Paulo I. No dia seguinte dirige-se aos fiéis com estas palavras:

“Ontem de manhã fui para a Sistina votar tranquilamente. Nunca poderia imaginar o que estava para acontecer. ..  Eu não tenho nem ‘a sabedoria de coração’ do Papa João, nem a preparação e a cultura do Papa Paulo. Estou, porém, no lugar deles e devo procurar servir a Igreja. Espero que me ajudeis com as vossas orações".

A caridade é alma da justiça

No dia 3 de setembro preside a Santa Missa pelo início do ministério petrino. A primeira audiência geral, em 6 de setembro, é dedicada à grande virtude da humildade. Sublinha que “a caridade é a alma da justiça”

“É necessário querer bem ao próximo, o Senhor tanto no-lo recomendou. Eu recomendo sempre, não só as grandes caridades, mas também as pequenas caridades”

Deus é papai; mais ainda, é mãe

Durante o Angelus de 10 de setembro, João Paulo I afirma: “Deus é papai”; mais ainda – acrescenta - “é mãe”.

“Tem os olhos sempre abertos para nos ver, mesmo quando parece que é de noite. Ele é papai; mais ainda, é mãe. Não quer fazer-nos mal, só nos quer fazer bem, a todos”

A fé é entregar-se a Deus

Enquanto que em 13 de setembro, centralizando a audiência geral sobre a fé, recita uma poesia de Trilussa: A fé – sublinha – significa entregar-se a Deus:

“[ Jesus disse: ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair"… Eis o que é a fé: entregarmo-nos a Deus, mas transformando a própria vida. Isto nem sempre é fácil]”

O último Angelus

No dia 24 de setembro, Papa Luciani recitou seu último Angelus. Na ocasião exortou todos à bondade:

"As vezes diz-se: ‘estamos numa sociedade toda estragada, toda sem moral’. Mas tal afirmação não é verdade. Há ainda tanta gente boa, tanta gente honesta. Pergunte-se antes: Que fazer para melhorar a sociedade? Eu responderia: Procure cada um de nós ser bom e contagiar os outros com uma bondade toda penetrada pela mansidão e pelo amor ensinado por Cristo".

Propriedade privada

Na quarta e última audiência geral, em 27 de setembro de 1978, um dia antes da sua morte, João Paulo I recorda algumas passagens da encíclica de Paulo VI “Populoum Progressio” e se detém, em particular, no conceito de propriedade privada:

"O grande Papa Paulo VI diz também na 'Populorum progressio' que a propriedade privada não constitui para ninguém um direito incondicional e absoluto. Ninguém tem direito de reservar para seu uso exclusivo aquilo que é supérfluo, quando a outros falta o necessário. À luz destas vigorosas expressões vê-se quanto indivíduos e povos, especialmente nós da Igreja, estão ainda longe de amar os outros como a si mesmos, que é mandamento de Jesus".

Progredir com a ajuda de Deus

Durante a última audiência geral, Papa Luciani convida uma criança, Daniele – que frequenta o quinto ano do ensino fundamental – a responder algumas perguntas. Depois acrescenta:

“O Senhor disse a todos os cristãos: Vós sois a luz do mundo, o sal da terra. Sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito. Isto significa: amar a Deus não pouco, mas muito; não parar no ponto a que se chegou, mas, com o Seu auxílio, progredir no amor.”

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27 agosto 2018, 09:48