Papa Francisco recebe o Nobel da Paz Kailash Satyarthi
Cidade do Vaticano
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (16/11), no Vaticano, o Nobel da Paz Kailash Satyarthi, ativista indiano para os direitos das crianças.
Kailash nasceu em 11 de janeiro de 1954, na Índia. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2014. Fundou o movimento para a proteção da criança, Bachpan Bachpan Bachao Andolan, a Kailash Satyarthi Children's Foundation e a GoodWeave International. Até o momento, Kailash Satyarthi e sua equipe do Bachpan Bachao Andolan libertaram do trabalho infantil, da escravidão e do tráfico mais de 87 mil crianças na Índia.
Em 1998, Satyarthi projetou e liderou a Marcha Global contra o trabalho infantil, uma marcha de 80 mil quilômetros em 103 países para apresentar uma demanda global contra o trabalho infantil. O movimento se tornou um dos maiores movimentos sociais em favor das crianças exploradas.
Depois da audiência no Vaticano, o colega da redação inglesa do Vatican News Robin Gomes conversou com Satyarthi sobre o seu encontro com o Papa.
“É sempre um grande prazer e uma inspiração encontrar o Santo Padre. Eu o encontrei outras vezes, mas desta vez eu fui com uma agenda específica, pedindo seu apoio para o meu pedido de uma convenção da ONU juridicamente vinculadora para deter o abuso sexual e a pornografia online. Ele me apoiou firmemente. Não só, me disse que vai trabalhar para isso. Só isso já é uma grande coisa.”
“Também falei com ele sobre o fato de que deveria haver uma força-tarefa global contra a pornografia online, abuso sexual e tráfico de crianças. Esta força-tarefa deve ter jurisdição extraterritorial, porque os crimes online vão além das fronteiras territoriais.”
“Eu também lhe disse que deveria ser criada uma linha telefônica internacional de apoio às vítimas, sobreviventes e aqueles que ajudam os necessitados, aos quais eles possam se dirigir. Isso deve ser monitorado pela Interpol e por algumas outras agências da ONU. Ele apoia fortemente esse projeto e o sustenta.”
“Enfim, eu lhe disse que é muito admirado por seu compromisso contra os abusos nas instituições eclesiais. Ele leva esse problema muito a sério. Além disso, parabenizei-o por ter convocado o encontro de presidentes das Conferências Episcopais Católicas sobre abusos para fevereiro próximo. Espero que deste encontro surja um roteiro claro. Quanto ao meu desejo, ele me disse que será uma reunião prática e que medidas práticas serão tomadas.”
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