Papa e menores infratores: chave de leitura do magistério de Francisco
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Na coletiva de imprensa desta sexta-feira (25/01), no Centro de Mídia da Jornada Mundial da Juventude, no Panamá, o prefeito do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, Paolo Ruffini, refletiu sobre a visita apostólica do dia: o Papa Francisco celebrou a liturgia penitencial e confessou alguns jovens do Centro de Reabilitação de Menores "As Garças" em Pacora, região metropolitana da Cidade do Panamá.
“É uma chave de leitura aos jornalistas e a todos aqueles que estão procurando seguir a JMJ em todo mundo”, disse Ruffini, oferecida “de um ponto de vista diferente dos outros que pode parecer pequeno pelo lugar, poucas pessoas, mas muito significativo”. A visita de Francisco explica tanto a viagem, como a JMJ e também “tem alguma coisa a mais que tem a ver com o magistério do Papa em geral, isto é, estar próximo, olhando nos olhos das pessoas, menores, neste caso, que infringiram a lei, mas que ainda podem ter uma possibilidade de resgate”.
O prefeito também fez notar como normalmente os jornalistas, “ao contar a realidade”, estejam acostumados “a pensar que uma coisa seja falsa, que não exista um processo, a ‘etiquetar’, como disse o Papa em um outro discurso nestes dias”. E, ao contrário, sublinhou Ruffini, “do encontro com as pessoas pode acontecer uma possibilidade de resgate e isso é aquilo que o Papa está procurando nos dizer com todo o seu magistério”.
Ao final da celebração, em Pacora, o Papa disse “abram as janelas e olhem para o horizonte”. Foi um convite que, para Ruffini, se estende também aos profissionais da comunicação: “abrir as janelas e ter um olhar longínquo, um olhar que reúna a unidade das coisas, que não separa uma da outra”. Ao concluir, então, o prefeito disse que “nos aproxima da verdade e da história completa, tendo as coisas juntas”.
A Sexta-Feira da Misericórdia em Pacora
O diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, também participou da coletiva e confirmou que o que se viveu hoje em Pecora, com os menores infratores, foi mais uma Sexta-feira da Misericórdia, mas longe de Roma, para mostrar a eles que não estão sozinhos e separados do amor de Deus: “o Santo Padre era visivelmente tocado pelo encontro, pela escuta e as palavras dos jovens. O Papa compartilha o sofrimento e a esperança destes jovens e quer encontrar os jovens que não podem participar da JMJ. É a primeira vez na história das Jornadas Mundiais da Juventude que liturgia penitencial acontece numa prisão”.
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