Papa à Pax Christi: prosseguir no caminho do desarmamento nuclear
Cecilia Sepia - Cidade do Vaticano
A história e o compromisso da Pax Christi a serviço da paz, da educação para a paz nas escolas, nas prisões, sobretudo para menores, e depois o tema do desarmamento, a preocupação com a relutância da Itália para assinar o acordo sobre a proibição de armas nucleares, os vários contextos de guerra da Síria à Palestina e os sofrimentos sofridos pelas crianças.
Foi um diálogo franco e aberto que os assessores da Pax Christi tiveram com o Papa Francisco, ao serem recebidos em audiência privada na manhã deste sábado, no Vaticano. O presidente do movimento, Dom Giovanni Ricchiuti, falou da total harmonia com as palavras e gestos do Papa.
Educação para a paz
"Nós enfatizamos como o papel da Igreja é prioritário no convite ao desarmamento, em todos os sentidos e em todas as dimensões", disse Dom Giovanni ao Vatican News. O Papa dialogou conosco, interagindo e intervindo nos vários problemas que apresentamos a ele. Gostamos muito quando ele foi elogiado por este caminho de educação para a paz porque - disse ele - essa educação deve começar pelas crianças, destinatárias de mensagens violentas e objeto de violências: mesmo aquelas mensagens aparentemente lúdicas e claras, revelam-se mais tarde como um convite a um clima, um pensamento e uma mentalidade violenta".
Posse de armas nucleares é "imoral"
"E quando eu toquei o fato de armas nucleares, ele disse e recordou o discurso que fez aos embaixadores há poucos dias. O Papa disse: 'Eu no discurso usei uma palavra muito, muito pesada. Eu disse que o uso e a posse de armas nucleares é imoral'. E confirmou: 'Usei eu mesmo esta palavra', ainda enfatizando como a Igreja hoje, a profecia da Igreja sobre a paz, só pode ser uma profecia corajosa, audaz, que aceita os riscos também de ir contra a corrente. E ele mesmo nos confidenciou: 'Eu falei, mas sei que não sou ouvido por todos. Porém a Igreja não pode calar”.
Insistir na mediação
Francisco encorajou a Pax Christi a insistir nos temas da educação para a paz, para prosseguir no caminho e testemunho de paz, definindo-a muito importante ao lado de todas as iniciativas, os comunicados, as tomadas de posições sobre o assunto. Em mérito à boa política e à responsabilidade de governantes e cidadãos de promover a paz em um clima de confiança mútua, o Papa, - continuou Dom Ricchiuti - nos exortou à arte da mediação: "O Papa nos disse que devemos aprender muito também nós, também na Igreja, como falamos. E devemos ensinar a arte da mediação: os conflitos são superados somente por meio de percursos de mediação. Aqui ele usou a palavra "compromisso". Brincando com um dos conselheiros disse: "O compromisso em espanhol não é como o compromisso em italiano. É precisamente o ir dialogar. É justamente alguém que dá um passo em frente e o outro que dá um passo para trás, para mediar. Assim - acrescentou - eu usei essa palavra porque em espanhol significa exatamente isso: a arte de tecer um discurso de relação, de mediação, de encontro de posições, de superar um pouco os conflitos".
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