"Salvar vidas não é um ato negociável e impedir a partida de embarcações (de socorro) ou negando-lhes a entrada no porto é um crime", afirmam as prefeitas de Madri e Valência "Salvar vidas não é um ato negociável e impedir a partida de embarcações (de socorro) ou negando-lhes a entrada no porto é um crime", afirmam as prefeitas de Madri e Valência 

Migrações na pauta do encontro do Papa com prefeitas de Madri e Barcelona

Prefeitos de Madri, Barcelona e de várias grandes cidades italianas reuniram-se neste sábado em Roma , para tratar da questão da resposta europeia às migrações.

Cidade do Vaticano

O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, confirmou na manhã deste sábado que o Papa Francisco recebeu em audiência privada no Vaticano na noite de sexta-feira, Manuela Carmena e Ada Colau, respectivamente prefeitas de Madri e Barcelona, ​​bem como Oscar Camps, fundador da ONG Open Arms. Na pauta do encontro, a acolhida de migrantes.

As duas prefeitas participaram de um encontro em Roma neste sábado, que reuniu seus homólogos de Zaragoza e Valência, mas também de Nápoles, Palermo, Siracusa, Milão e Bolonha, cidades italianas empenhadas em acolher os migrantes. No encontro foi assinado um apelo conjunto.

"O Mar Mediterrâneo tem sido a casa comum de civilizações milenares nas quais o intercâmbio cultural trouxe progresso e prosperidade, e hoje se tornou a vala comum de milhares de jovens", denunciaram as duas prefeitas, que hoje veem "um naufrágio" da Europa na forma como trata a questão.

"Temos que salvar a Europa dela mesmo, defendem. Nos recusamos a acreditar que a resposta europeia diante desse horror, seja a negação dos direitos humanos e a inércia diante do direito à vida. Salvar vidas não é um ato negociável e impedir a partida de embarcações (de socorro) ou negando-lhes a entrada no porto é um crime".

Os prefeitos signatários do apelo elogiaram o compromisso das ONGs no resgate marítimo – praticamente a totalidades destas embarcações estão agora bloqueadas – nas costas italianas e espanholas e as organizações humanitárias presentes ao longo das fronteiras europeias onde os migrantes rejeitados.

Eles anunciaram a formação de uma "aliança" para apoiar as ONGs de socorro no mar e  para colocar novamente para navegar o projeto europeu e seus princípios fundadores.

* Com AFP

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09 fevereiro 2019, 17:01