Matteo Bruni: Papa Francisco, um Pontificado contado por seus gestos
Roberto Piermarini - Cidade do Vaticano
O novo diretor da Sala de Imprensa, Matteo Bruni, trabalhou por dez anos na estrutura da Sala de Imprensa, coordenando as ações de mídia e cuidando da relação com os jornalistas de todo o mundo. Trabalhou lado a lado com os diretores que se sucederam nestes anos, ocupando-se em particular da presença da imprensa durante as Viagens Apostólicas do Santo Padre e os vários eventos no Vaticano e na Itália.
Matteo Bruni, hoje um funcionário do Dicastério para a Comunicação é nomeado para a direção da Sala de Imprensa da Santa Sé. Qual o significado dessa escolha?
R. - A nomeação para mim é certamente uma honra. Vejo como um sinal de estima não somente por minha pessoa, mas também pela história de onde venho e pelo trabalho realizado com meus colegas da Sala de Imprensa da Santa Sé. Sou agradecido pela confiança do Santo Padre e do Prefeito Paolo Ruffini, que me apoia com a proximidade do Dicastério. É evidentemente também uma escolha que valoriza os recursos humanos internos. A Sala de Imprensa não é uma estrutura grande, mas complexa, com uma variedade de funções articuladas e nem todas imediatamente óbvias, nem mesmo para aqueles que a frequentam assiduamente: acredito que conhecê-la de dentro possa ser útil para uma realização mais profunda da reforma do próprio dicastério.
Durante vários anos você se ocupou e questões mais operacionais. Como você vê esse novo papel?
R. - Nos últimos anos, na minha vida profissional, a relação com a mídia sempre foi bastante intensa. Mesmo que por trás dos bastidores, procurei fazer com meu trabalho contribuísse para uma correta informação, tentando transmitir alguns temas importantes do Pontificado. Neste sentido, interpreto o novo encargo em continuidade com o anterior: um comunicador a serviço do Santo Padre e da Santa Sé, que disponibiliza sua bagagem humana e profissional. Aqui tantos fatores entram em jogo: a experiência profissional, mas também a do pai e do marido. Sou acompanhado pelo apoio da minha esposa e pelo afeto da minha filha. Mas eu também diria o compromisso ao lado dos pobres das periferias de Roma e do mundo, que eu vivi com a Comunidade de Santo Egídio desde que era um jovem estudante do ensino médio. Hoje me é pedido para dar um passo em frente e, aceitando fazê-lo, só posso continuar trabalhando, a serviço do Papa e da Santa Sé, com minha sensibilidade, que permanece a de uma Igreja para todos, especialmente dos pobres.
Você conhece muitos dos jornalistas credenciados na Sala de Imprensa. Um certo número deles você ajudou a entrar neste mundo. Você acha que agora estas relações sofrerão alguma mudança?
R. - Desde que o padre Federico Lombardi me chamou para fazer parte da Sala de Imprensa - e agradeço a ele pelo que pude aprender sob sua direção - com tantos agentes de informação houve uma troca útil, também amigável. Nos últimos anos, sob a direção de Greg Burke e Paloma Garcia Ovejero, a quem agradeço pelo trabalho conjunto, continuei acompanhando o trabalho de muitos jornalistas desde sua chegada a Roma ou, pelo menos, de seus primeiros passos na aproximação da realidade da Santa Sé, ajudando-os a se orientarem. Estou ciente de que agora inicia um tipo diferente de compromisso e espero que a confiança mútua permaneça inalterada.
De que o mundo da informação tem necessidade hoje?
R. - Na realidade em que me encontro, de uma comunicação oficial clara, transparente dos acontecimentos, que contribua para a leitura da complexidade do mundo em que vivemos. Penso em uma comunicação que enriqueça a compreensão do contexto em que os eventos ocorrem. O Pontificado do Papa Francisco já é contado por meio de seus gestos, de suas palavras, de suas escolhas, mas o significado histórico de alguns eventos é, às vezes, melhor compreendido em uma perspectiva mais ampla. Nesse sentido, gostaria de contribuir para tornar a Sala de Imprensa cada vez mais um ponto de referência para os jornalistas que contam o Papa e a Santa Sé para o mundo inteiro. E agradeço aos que me precederam nesse esforço, meu colega e amigo Alessandro Gisotti, que nestes seis meses generosamente se pôs a trabalhar, com sua disponibilidade, profissionalismo e grande sensibilidade humana. Também gostaria que o meu serviço se inserisse neste caminho, juntamente com aqueles que encontrarei e a todos os colegas da Sala de Imprensa da Santa Sé.
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