Padre Ricardo Henkes beatificado na Alemanha
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
Depois de rezar o Angelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco recordou que além de Benedita Biancha Porro, beatificada no sábado em Forlí, na Itália, neste domingo foi beatificado na Alemanha o Beato padre Ricardo Henkes:
“E hoje em Limburg (Alemanha), é proclamado Beato Padre Ricardo Henkes, um sacerdote palotino, morto por ódio à fé em Dachau, em 1945. Que o exemplo desses dois corajosos discípulos de Cristo sejam um sustento também para nosso caminho de santidade. Um aplauso aos novos beatos!”
A Missa com a Beatificação foi presidida no início da tarde deste domingo na Catedral de Limburg, Alemanha, pelo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, como representante do Santo Padre.
Biografia
Ricardo nasceu em 26 de maio de 1900, em Ruppach, uma aldeia perto de Montabaur, na Alemanha.
Com a intenção de tornar-se missionário Palotino em Camarões, transferiu-se, em 1912, para Vallendar, onde conheceu o Padre José Kentenich, seu diretor espiritual. Ali, o jovem participou com entusiasmo da vida da recém-nascida Comunidade de Vida Cristã, da qual se tornou diretor do setor missionário.
Vocação religiosa
Em 1918, Ricardo foi recrutado para o serviço militar, em Darmstadt, onde teve que suspender seus ideais de vida. No ano seguinte, concluiu seus estudos e entrou para a Comunidade dos Padres Palotinos. Em 1921, emitiu seus primeiros votos religiosos, após ter passado por uma crise espiritual. Em 1925, foi ordenado sacerdote em Limburg. Padre Ricardo Henkes foi docente nas escolas Palotinas de Schönstatt, nos Alpes.
Advertências da Gestapo
Em 1941, o Vigário geral da Congregação, Padre Nathan Von Branitz, atribuiu-lhe o cargo de administrador da paróquia de Strandorf. Devido às suas atividades e sermões contra o nazismo e contra as condenações de assassinatos de inocentes, foi alvo das autoridades alemãs. Por isso, recebeu várias advertências da Gestapo.
Deportação para Dachau
Enfim, em 8 de abril de 1943, Padre Ricardo foi preso pela Gestapo. Em 10 de julho do mesmo ano, foi deportado para o Campo de Extermínio de Dachau, onde foi submetido a trabalhos forçados, em condições desumanas. Não obstante, permanecendo firme na sua fé, compartilhava sua comida com outros detentos, aos quais dava força e coragem.
Em Dachau, conheceu e conversou muito com o então professor Josef Beran, que, mais tarde, se tornou cardeal-arcebispo de Praga. Com seu professor, aprendeu a língua tcheca para ser capelão no Oriente depois da guerra.
Epidemia e morte
No fim da guerra, eclodiu em Dachau a epidemia de tifo. Em 11 de fevereiro de 1945, Padre Ricardo foi um dos voluntários alemães a assistir aos enfermos, apesar de saber do risco mortal que corria por causa da epidemia. De fato, após algumas semanas, ele também foi acometido pela doença. Após, cinco dias, faleceu em 22 de fevereiro de 1945.
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