Moçambique acolhe apelo do Papa à reconciliação
Padre Bernardo Suate - correspondente do Vatican News em Maputo
O dia de ontem, quinta-feira (05) foi muito intenso e participativo. Para as pessoas, os fiéis, e a população em geral. Nos jornais online desta sexta-feira (06) – são muitos –foram dados destaques aos discursos do Papa. Quase todos publicam notícias da visita do Papa e de seus discursos. A maioria deles evidencia com muita atenção o encontro do Papa Francisco com os jovens, os jovens cristãos, muçulmanos, hindús que com danças e cantos, teatro etc. mostraram o valor da paz e da reconciliação. Outro assunto muito apreciado foi a citação dos atletas moçambicanos pelo Papa: Eusébio e Maria Lurdes Mutola, considerando-os modelo a serem seguidos pelos jovens, quanto à perseverança, luta e não resignação diante das dificuldades.
Também foi dada muita importância ao primeiro encontro do Papa com as autoridades no Palácio Vermelho, sobretudo quando o presidente diz a frase: “O primeiro que perdoa é o mais forte”, quase todos os jornais destacam esta frase. Deste primeiro discurso do Papa são comentadas várias vezes a contribuição da Igreja, dos missionários e da Igreja local na vida e na sociedade de Moçambique. Coloca-se em evidência as palavras do Papa, com muitas aspas, quando diz às populações de Beira, atingida pelo furacão Idai, que não pôde visitá-las: “Infelizmente não posso visitá-los, mas quero que saibam que eu compartilho a angústia e o sofrimento de todos vocês”. Essa é uma das frases mais citadas pelos jornais!
No encontro com os religiosos, com a Igreja de Moçambique é reiterado que a Igreja deve “inserir-se” com as palavras dos bispos, sacerdotes, catequistas. Portanto o Papa diz que a Igreja deve se colocar nos novos tempos com os novos desafios. Como sabemos, esta visita ocorre em plena campanha eleitoral – as eleições estão previstas para 15 de outubro. Há um artigo dos partidos de oposição que insiste que a visita não deve ser instrumentalizada politicamente. Porém retomam as palavras de Francisco que convidam a um desenvolvimento inclusivo e as que reforçam a necessidade de oportunidades iguais para a paz.
Em dois ou três jornais dizem exatamente que o Papa pede oportunidades iguais para todos, que isso é condição para uma paz duradoura. Sabemos que o logotipo e o tema desta visita são estes: esperança, a reconciliação e a paz. Como se o Papa dissesse que uma das colunas da paz seja a oportunidade igual para todos, sem excluir as periferias.
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