Com robôs na farmácia do Vaticano, remédios no balcão em 8 segundos
Alessandro Di Bussolo - Cidade do Vaticano
A Farmácia do Vaticano tem 145 anos e está atenta em adotar as tecnologias mais inovadoras para atender aos quase 2.000 clientes que a visitam diariamente em busca de remédios que na maior parte dos casos não são encontrados na Itália.
A inovação mais recente é a gestão automatizada dos mais de 40 mil medicamentos em estoque que, graças a três robôs Bd Rowa, estarão nas mãos do farmacêutico 8 segundos a partir da solicitação.
O sistema está ativo de forma experimental desde o final de julho, mas estará em pleno funcionamento apenas na primavera de 2020, com seis saídas na frente das doze caixas para a venda e a eliminação das prateleiras na quais hoje os farmacêuticos buscam os medicamentos manualmente.
Mais tempo para os farmacêuticos atenderem os clientes
"A Farmácia sempre se adaptou às tecnologias de seu tempo - explica o diretor Frei Thomas Mulackal Binish, da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, os Fatebenefratelli, a quem a Farmácia do Papa foi confiada desde a sua fundação, em 1874 - e por isso fez várias reformas. Hoje, devido ao aumento no número de clientes, optamos pela automação do estoque, sobretudo para permitir aos farmacêuticos dedicar mais tempo aos clientes, no balcão”.
Um braço automático retira os remédios e os coloca em movimento
Os três robôs, cada um com capacidade de carga de cerca de 15 mil caixas de medicamentos, comandados por três terminais, não substituirão o estoque de medicamentos, mas as prateleiras atualmente posicionadas atrás dos farmacêuticos.
Durante o dia de trabalho, de acordo com as necessidades da própria máquina - esclarece Fabio Ippoliti, responsável administrativo da Farmácia do Vaticano - “os funcionários do estoque inserem os produtos em uma porta de carregamento e a máquina os pega automaticamente, identificando, por meio de uma câmera, número do lote e data de validade. Por meio de rolos e braços móveis, os medicamentos são colocados em prateleiras de vidro, das quais a máquina “os chama” no momento da solicitação, priorizando sempre os medicamentos mais próximos do vencimento". Em seguida, esteiras e tubos transportam a caixa até as mãos do farmacêutico, em apenas alguns segundos.
Tempo de espera reduzido em 30%
Esse sistema, assegura o diretor, "nos ajuda a reduzir o tempo de espera em 20 a 30%". De fato, sem o robô, o farmacêutico deve se afastar do balcão, deixar o cliente esperando e procurar o produto dentro das prateleiras atrás dele.
Também a gestão dos estoques também será simplificada, porque - explica Ippoliti - "essa máquina pode, a qualquer momento, fazer um inventário completo; portanto, enquanto antes ocupávamos de 20 a 30 pessoas para fazer a contagem, agora em 30 -40 minutos a máquina faz este trabalho sozinha, eliminando também o risco de erro humano".
"Menos funcionários? Não, contratamos mais dois farmacêuticos"
Máquinas que tirarão o trabalho de alguns dos 60 funcionários da Farmácia do Vaticano? O diretor Frei Binish assegura que não: "Desde o início do experimento, contratamos outros dois farmacêuticos. Nosso objetivo não é economizar pessoal, mas dar mais tempo aos farmacêuticos para ajudar e aconselhar os clientes" e ganhar pelo menos dois metros de espaço no lado dos “visitantes” [ndr – não funcionários do Estado do Vaticano], depois que as prateleiras forem removidas.
Farmácia provisória em instalções pré-fabricadas até final da reforma
Isso acontecerá durante a reforma que começará durante as férias de Natal. "Mas a Farmácia não fechará nem um dia sequer", garante o diretor. "No reinício dos trabalhos depois do Natal, estaremos em instalações pré-fabricadas em frente ao prédio fechado para obras".
A reabertura das instalações reformadas está prevista para maio de 2020.
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