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Compartilhar experiência do encontro com Cristo é o principal caminho da evangelização, diz Francisco

"Quando o encontro é fruto do amor cristão, muda a vida porque chega ao coração das pessoas e as toca profundamente. Que vosso anúncio possa se tornar um testemunho de misericórdia, que deixe evidente que toda a atenção dada a um dos pequeninos é dada ao próprio Jesus que neles se identifica”, disse o Papa na manhã desta segunda-feira, ao encontrar na Sala Paulo VI cerca de 6 mil membros das Células Paroquiais de Evangelização.

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

O último compromisso do Papa Francisco na manhã desta segunda-feira, 18, foi o encontro na Sala Paulo VI com os membros do "Serviço para as Células Paroquiais de Evangelização", presentes em Roma para celebrar os 30 anos de sua história, ocasião em que ressaltou a importância de compartilhar a experiência do encontro com Cristo, que é "o caminho principal  da evangelização."

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Agora - disse o Pontífice no início de seu pronunciamento – padre Piergiorgio Perini, presidente deste organismo internacional, “pode admirar alguns frutos que o Senhor lhe concedeu com sua graça”, pela “incansável obra de evangelização”. O Papa congratulou-se pelos seus 65 anos de sacerdócio e pelos 90 anos de vida: "Pedi a ele a receita: o que fazer para ser assim?", disse.

Radicalidade no seguimento de Jesus

 

Quando se encontra o Senhor e se é conquistado por seu Evangelho – reiterou Francisco – não se pode fugir do seu chamado de “produzir frutos e que vosso fruto permaneça”. “Certo - observou -  Jesus não disse aos discípulos que veriam os frutos de seu trabalho”, apenas assegurou que “os frutos permaneceriam”, “uma promessa que vale também para nós:

“É humano pensar que, depois de tanto trabalho, também se deseje ver o fruto do nosso compromisso; no entanto, o Evangelho leva para outra direção”

De fato, aos seus discípulos, Jesus falou da exigência da radicalidade em segui-lo, como escrito em São Lucas: “Assim também vós, depois de terdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: Somos servos como quaisquer outros; fizemos o que devíamos fazer”. Mas “se nosso esforço em anunciar o Evangelho é total e nos encontra sempre prontos, então a perspectiva muda”:

“Tantas vezes tocamos com a mão quão grande e infinito é o amor de Deus por nós! Se formos fiéis e vigilantes, Ele nos concede de ver também os frutos do nosso trabalho.”

Bandeira brasileira presente no encontro desta manhã
Bandeira brasileira presente no encontro desta manhã

Nunca falta entusiamo ao verdadeiro discípulo missionário 

 

E é justamente neste contexto que está inscrita a história das “Células Paroquiais de Evangelização”, presentes em tantas partes do mundo, recordou o Papa, que exorta:

“Nunca se cansem de seguir os caminhos que o Espírito do Senhor Ressuscitado coloca diante de vós. Que nenhum medo do novo vos detenha e nem diminuam vosso passo as inevitáveis dificuldades no caminho da evangelização. Quando se é um discípulo missionário, nunca pode faltar o entusiasmo!”

“Que no cansaço vos sustente a oração dirigida ao Espírito Santo que é o Consolador; na fraqueza, sintam a força da comunidade que nunca permite que fiquem abandonados à própria sorte.”

O Santo Padre recorda, por outro lado, que as tantas iniciativas em nossas paróquias, muitas vezes “não incidem em profundidade na vida das pessoas”. Também neste sentido, a missão confiada às Células Paroquiais de “reavivar a vida das nossas comunidades paroquiais”.

Compartilhar a experiência de Cristo

 

Infelizmente, por diversas razões, “muitos se afastam das nossas paróquias”, o que torna urgente que “recuperemos a exigência do encontro para alcançar as pessoas onde vivem e atuam”:

“Se encontramos Cristo em nossas vidas, então não podemos simplesmente guardá-lo somente para nós. É crucial que compartilhemos essa experiência também com os outros; esse é o caminho principal da evangelização.”

“Não se esqueçam, disse o Papa, cada vez que encontrarem alguém, joga-se uma história verdadeira que pode mudar a vida de uma pessoa. E isto não é fazer proselitismo, é dar testemunho", recordando que foi assim quando Jesus viu Pedro, André, Tiago e João na beira do lago, “fixou o olhar sobre eles e transformou suas vidas”:

O mesmo se repete também em nossos dias. Quando o encontro é fruto do amor cristão, muda a vida porque chega ao coração das pessoas e as toca profundamente. Que vosso anúncio possa se tornar um testemunho de misericórdia, que  deixe evidente que toda a atenção dada a um dos pequeninos  é dada ao próprio Jesus que neles se identifica”.

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18 novembro 2019, 12:22