O Papa Francisco durante o Regina Coeli O Papa Francisco durante o Regina Coeli

O Papa na Segunda-feira do Anjo: encontrar Cristo significa descobrir a paz do coração

"A segunda-feira após a Páscoa também é chamada Segunda-feira do Anjo, porque recordamos o encontro do anjo com as mulheres que foram ao túmulo de Jesus", disse Francisco no início de sua alocução.

Mariangela Jaguraba/Silvonei José - Vatican News

O Papa Francisco rezou a oração mariana do Regina Coeli da Biblioteca do Palácio Apostólico, nesta segunda-feira da Oitava da Páscoa (05/04), também conhecida como "Segunda-feira do Anjo".

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"A segunda-feira após a Páscoa também é chamada Segunda-feira do Anjo, porque recordamos o encontro do anjo com as mulheres que foram ao túmulo de Jesus", disse o Pontífice no início de sua alocução.

Para elas o anjo disse: "Sei que procurais Jesus, o crucificado". Ele não está aqui. Ele ressuscitou". Esta expressão "Ele ressuscitou" está além das capacidades humanas. Também as mulheres que foram ao túmulo e o encontraram aberto e vazio, não podiam afirmar: "Ele ressuscitou", mas apenas que o túmulo estava vazio. Que Jesus havia ressuscitado podia dizer somente um anjo, assim como um anjo pode dizer a Maria: "Conceberás e darás à luz um filho [...] e ele será chamado Filho do Altíssimo".

O banquinho do anjo do Senhor

"O evangelista Mateus relata que naquela manhã de Páscoa "houve um grande terremoto". Pois um anjo do Senhor, de fato, desceu do céu, se aproximou, rolou a pedra e sentou-se sobre ela", disse ainda Francisco.

Essa grande pedra, que deveria ter sido o selo da vitória do mal e da morte, foi colocada sob os pés, tornou-se o banquinho do anjo do Senhor. Todos os planos e defesas dos inimigos e perseguidores de Jesus foram vãos. A imagem do anjo sentado na pedra do sepulcro é a manifestação concreta e visível da vitória de Deus sobre o mal, da vitória de Cristo sobre o príncipe deste mundo, da luz sobre as trevas. O túmulo de Jesus não foi aberto por um fenômeno físico, mas pela intervenção do Senhor.

A aparência do anjo, acrescenta Mateus, "era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve". "Estes detalhes são símbolos que afirmam a intervenção do próprio Deus, portador de uma era nova, dos últimos tempos da história, porque com a ressurreição de Jesus começa o último tempo da história que poderá durar mil anos, mas é o último tempo", frisou o Papa.

Alegria em encontrar o Mestre vivo

Segundo Francisco, "diante desta intervenção de Deus, há uma dupla reação".  A dos guardas e a das mulheres. "A dos guardas, que são incapazes de enfrentar o poder esmagador de Deus e são abalados por um terremoto interior: ficaram atordoados. O poder da Ressurreição derruba aqueles que haviam sido utilizados para garantir a aparente vitória da morte".  "E o que esses guardas deveriam fazer?", pergundou o Papa, acrescentando:

Ir até aqueles que lhes deram a ordem para guardar e dizer a verdade. Eles estavam diante de uma opção: ou dizer a verdade ou ser convencidos por aqueles que lhes deram o mandato de vigiar. E a única maneira de convencê-los era o dinheiro, e essas pobres pessoas, pobres pessoas, venderam a verdade e com dinheiro no bolso foram dizer: "Não, os discípulos vieram e roubaram o corpo". O "senhor" dinheiro, mais uma vez, na ressurreição de Cristo, é capaz de ter poder, de negá-la.

"A reação das mulheres é bem diferente, pois elas são expressamente convidadas pelo anjo do Senhor a não temerem: "Não tenham medo!" e a não procurar Jesus no túmulo", explicou o Pontífice.

Das palavras do anjo, podemos colher um ensinamento precioso: não nos cansemos jamais de buscar o Cristo ressuscitado, que dá vida em abundância àqueles que o encontram. Encontrar Cristo significa descobrir a paz do coração. As mesmas mulheres do Evangelho, após a angústia inicial, experimentam uma grande alegria em encontrar o Mestre vivo. Nesta Páscoa, desejo a todos que façam a mesma experiência espiritual, acolhendo em seus corações, lares e famílias o alegre anúncio da Páscoa: "Cristo ressuscitado não morre mais, a morte não tem mais poder sobre ele".

"Esta certeza nos leva a rezar, hoje e durante o período pascal: "Regina Caeli, laetare - Rainha dos Céus, alegrai-Vos". O anjo Gabriel saudou-a desta forma pela primeira vez: "Alegrai-vos, cheia de graça! Agora a alegria de Maria é plena: Jesus vive, o Amor venceu. Que seja também a nossa alegria!", disse o Papa.

Testemunhas da paz do Senhor Ressuscitado

Após a oração mariana do Regina Coeli, no clima pascal que caracteriza o dia de hoje, o Papa saudou com afeto todas as pessoas que participaram "deste momento de oração através dos meios de comunicação social".

Francisco saudou de modo particular os idosos, os doentes, conectados de suas casas ou das casas de repouso e lares de idosos. "Envio-lhes uma palavra de encorajamento e gratidão pelo seu testemunho: estou próximo a vocês", disse o Pontífice.

A seguir, "desejou que todos passem estes dias da Oitava da Páscoa com fé, nos quais se prolonga a memória da Ressurreição de Cristo". "Aproveitem todas as boas ocasiões para serem testemunhas da alegria e da paz do Senhor Ressuscitado. Uma Feliz, serena e Santa Páscoa a todos!", concluiu.

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05 abril 2021, 12:00

O que é o Angelus?

O Angelus é uma oração recitada em recordação do Mistério perene da Encarnação três vezes ao dia: às 6 da manhã, ao meio-dia e às 18 horas, momento em que é tocado o sino do Angelus.

O nome Angelus deriva do primeiro verso da oração – Angelus Domini nuntiavit Mariae – que consiste na leitura breve de três simples textos sobre a Encarnação de Jesus Cristo e a recitação de três Ave Marias.

Esta oração é recitada pelo Papa na Praça São Pedro ao meio-dia de domingo e nas Solenidades. Antes de recitar o Angelus, o Pontífice também faz uma breve reflexão inspirando-se nas leituras do dia. Seguem as saudações aos peregrinos.

Da Páscoa até Pentecostes, ao invés do Angelus, é recitado o Regina Coeli, que é uma oração em recordação da ressurreição de Jesus Cristo, ao final do qual é recitado o Glória três vezes.

Últimos Angelus / Regina Coeli

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