O Papa: resolver os problemas ambientais e sociais que afligem os povos insulares
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco enviou uma carta ao prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Peter Turkson, por ocasião da conferência "Construir a fraternidade, defender a Justiça. Desafios e oportunidades para os povos insulares", promovida pelo organismo vaticano e pelo Centro Anglicano de Roma, nesta sexta-feira (21/05).
Francisco saúda o presidente da República de Seychelles, Wavel Ramkalawan, e o arcebispo de Cantúaria, Justin Welby, pela participação no encontro.
Mudanças ambientais e climáticas extremas
"Esta importante iniciativa ecumênica, que envolve um diálogo mútuo nascido da sabedoria e da experiência de diferentes tradições cristãs, oferece aos fiéis, aos líderes governamentais e membros da sociedade civil em geral, especialmente aos jovens, uma oportunidade de superar os desafios enfrentados pelos povos insulares", ressalta o Papa, mencionando os desafios como "a violência, o terrorismo, a pobreza, a fome e as muitas formas de injustiça e desigualdade social e econômica que prejudicam a todos hoje, especialmente mulheres e crianças".
Segundo Francisco, "também é preocupante o fato de muitos povos insulares estarem expostos a mudanças ambientais e climáticas extremas, algumas das quais são o resultado da exploração descontrolada dos recursos naturais e humanos. Consequentemente, eles sofrem não apenas a deterioração ambiental, mas também a deterioração humana e social que coloca a vida dos habitantes dessas ilhas e territórios marinhos cada vez mais em risco. Espero que a Conferência possa contribuir para o desenvolvimento de políticas internacionais e regionais concretas, destinadas a enfrentar esses desafios de forma mais eficaz e fortalecer a consciência da responsabilidade de cada um de cuidar de nossa Casa comum".
Construir a fraternidade e defender a justiça
O Papa sublinha no texto que "nestes meses de pandemia nos tornamos cada vez mais conscientes de nossa fragilidade e, consequentemente, da necessidade de uma ecologia integral que possa sustentar não apenas os ecossistemas físicos, mas também humanos". Como "tudo está relacionado, [...] o autêntico cuidado com a nossa vida e nossa relação com a natureza é inseparável da fraternidade, justiça e fidelidade aos outros", ressalta o Pontífice, citando um trecho da Encíclica Laudato si'.
"Por este motivo", ressalta Francisco, "uma atitude de solidariedade e respeito por cada pessoa, criada à imagem e semelhança de Deus, é ainda mais necessária para unir o amor sincero por nossos irmãos e irmãs ao firme compromisso de resolver os problemas ambientais e sociais que afligem aqueles que vivem nas áreas insulares e marinhas".
O Papa conclui a carta, agradecendo os "constantes esforços feitos para construir a fraternidade e defender a justiça nas sociedades destas regiões" e esperando que "o trabalho realizado durante este encontro seja um sinal do importante papel que os povos das ilhas podem desempenhar na promoção do crescimento de um mundo mais humano e inclusivo".
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