Papa a colégios jesuítas da América Latina: abrir-se aos pobres, não ao elitismo egoísta
Andressa Collet - Vatican News
A Federação Latino-Americana de Colégios da Companhia de Jesus (Flacsi) completa 20 anos e ganha as felicitações do Papa Francisco com um encorajamento para que promovam o modelo de Jesus na rede de 92 escolas e organizações ao se encontrar com os pobres e descartados, ao invés de se fechar, “terminando como objeto de museu com cheiro de naftalina”. Numa mensagem em vídeo divulgada nesta quinta-feira (10), o Pontífice convida ainda a “ensinar a discernir e a ler os sinais dos tempos”, “criando consciência”.
Doar a vida e não guardá-la como objeto de museu
No vídeo em espanhol, dirigido àquela comunidade educativa em festa, Francisco agradeceu pelo serviço de fé e justiça oferecido e incentivou “a continuar trabalhando juntos” com o apoio do Pacto Educativo Global e seguindo o exemplo de Jesus ao se relacionar com os outros e a criação:
“Ele nos ensina a sair, a se encontrar com os pequenos, com os pobres, os descartados. Ele procurava essas pessoas. Que as nossas escolas formem corações convencidos da missão para a qual foram criadas, com a certeza de que ‘a vida cresce e amadurece na medida em que a damos para a vida dos outros’ (Evangelii Gaudium, 10). A vida que se guarda termina sendo um objeto de museu com cheiro de naftalina, e isso não ajuda.”
Escolas abertas à fraternidade e aos pobres
O Papa, assim, também encorajou a abrir os colégios da comunidade à fraternidade, já que “somos criados em família, como irmãos”. A mensagem também é dirigida aos educadores da rede no Brasil, país com a maior representação entre as 19 nações da federação, já que conta com 17 escolas.
A mensagem de aniversário do Papa à Federação Latino-Americana de Colégios da Companhia de Jesus foi finalizada com mais um desejo do Pontífice sobre o percurso crítico que deve ser almejado pelos colégios jesuítas da América Latina:
“Desejo que as escolas de vocês ensinem a discernir, a ler os sinais dos tempos, a ler a própria vida como um dom a ser agradecido e para compartilhar. Que tenham uma atitude crítica em relação ao modelo de desenvolvimento, produção e consumo (cf. Laudato si', n. 138) que estão induzindo vertiginosamente para a vergonhosa iniquidade que faz sofrer a grande maioria da população mundial. Como vocês podem ver, o meu desejo é as escolas de vocês tenham consciência e criem consciência.”
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