Mensagem do Papa pelos 800 anos da Catedral de Cosenza
Enzo Gabrieli
O Papa Francisco enviou ao arcebispo italiano de Cosenza-Bisignano, dom Francescantonio Nolè, nesta segunda-feira (31/01), uma mensagem por ocasião dos 800 anos da Catedral de Cosenza. O texto papal servirá de guia para o ano jubilar, durante o qual os fiéis poderão obter a indulgência plenária concedida pela Penitenciaria Apostólica. Na mensagem, o Papa Francisco pede uma missão renovada rumo às periferias existenciais.
Segundo o jornal da Santa Sé, L'Osservatore Romano, com a abertura da Porta Santa e a celebração eucarística presidida pelo núncio apostólico na Itália, dom Emil Paul Tscherrig, teve início o ano jubilar pelo oitavo centenário da consagração da catedral de Cosenza. Era 30 de janeiro de 1222 quando, na presença do imperador Frederico II, o legado pontifício Niccolò de Chiaramonti, cardeal bispo de Frascati, dedicou a nova igreja reconstruída após o terremoto de 1184. O arcebispo Luca Campano a quis e a seguiu pessoalmente, e era o escrivão do abade Gioacchino da Fiore. Nas linhas artísticas gótico-medievais emerge tanto a sobriedade monástica quanto a força da luz do pensamento florense.
Em sua mensagem, o Pontífice destaca que "orgulhosa do tesouro de arte e história que possui em sua antiga catedral, Cosenza dá graças a Deus pelo bem que irradiou do templo ao longo dos séculos e, ao mesmo tempo, sente-se encorajada a renovar, a partir da força motriz da vida diocesana, o desejo da missão e do testemunho de Jesus ao homem de hoje, em cada ambiente em que vive, com particular atenção às periferias existenciais "e recordando a figura de Cristo, convida o povo de Cosenza a olhar a beleza do templo para reviver" em quem a frequenta e visita o desejo de Deus, o vínculo com as próprias raízes e a coesão entre os membros da comunidade". Recordando o caminho pastoral e histórico da Igreja de Bruzia, o Pontífice prestou particular atenção também à Universidade da Calábria por uma pastoral universitária onde se construa sinergia e aliança entre evangelização e cultura para itinerários educativos que favorecem "o bem comum, a promoção da justiça social, da legalidade e da dignidade humana".
O metropolita de Cosenza-Bisignano, que simbolicamente passou pela porta da igreja matriz com o antigo relicário doado por Frederico II, recordou que o verdadeiro tempo de graça exige o seguimento de Cristo "que é a porta e o caminho da salvação. Queremos acolher o convite do Papa para nos fazer peregrinos em direção ao homem e às periferias existenciais", acrescentou, "saindo do templo depois de ter entrado nele e experimentado o seu amor e sua misericórdia. Este oitavo centenário não é apenas um momento de celebração, mas um anúncio de esperança para a nossa terra ferida por tantas dificuldades e que deseja retomar o caminho após a grande virada de época dramática da pandemia". Mesmo as instituições civis que participaram do evento, em particular o prefeito de Cosenza, Franz Caruso, desejaram um pacto para a retomada do caminho da cidade "que encontre unidas as forças saudáveis da Calábria, leigas e eclesiais, como motor de uma civilização do amor".
Na homilia da celebração eucarística, o núncio apostólico destacou que "ao abrir o jubileu deste lugar santo e abençoado, não celebramos a natureza estática das pedras deste belo templo, mas recordamos a comunidade de fiéis que celebraram em torno de seu pastor, testemunharam e anunciaram a Boa Nova do Evangelho. Estas pedras são uma lembrança daquelas "pedras vivas do edifício espiritual" que foi construída ao longo dos milênios, entre altos e baixos, na cidade e na arquidiocese de Cosenza-Bisignano". Tscherrig acrescentou: "Todo Jubileu tem um percurso duplo, é uma peregrinação dupla: é a peregrinação a Deus cruzando a porta de entrada, um caminho em direção ao homem, em saída, para encontrá-lo no mundo. Como Jesus, todos nós somos chamados a anunciar com força esta Palavra, a testemunhá-la com a nossa caridade, saindo do lugar do encontro com Deus representado por esta catedral para nos colocar a caminho e entrar no templo habitado por Deus que é a carne dos nossos irmãos, especialmente dos últimos, dos pobres e dos descartados".
O ano comemorativo que terminará em 12 de fevereiro de 2023 inclui outros eventos celebrativos, culturais, musicais e históricos que ajudarão as comunidades paroquiais e as realidades eclesiais a se tornarem peregrinas na catedral de Cosenza. Os correios italianos emitiram um selo comemorativo especial e um carimbo postal para comemorar o aniversário.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui