O Papa: tráfico de pessoas, ferida infligida pela busca de interesses econômicos
Mariangela Jaguraba - Vatican News
Neste domingo (06/02), após a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco recordou que na próxima terça-feira dia 8, memória litúrgica de Santa Josefina Bakhita, se celebra o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas.
Esta é uma ferida profunda, infligida pela vergonhosa busca de interesses econômicos sem nenhum respeito pela pessoa humana. Muitas jovens, as vemos nas ruas, que não são livres, são escravas de traficantes, que as mandam trabalhar e, se voltam sem dinheiro, as espancam. Hoje isso acontece em nossas cidades. Pensemos seriamente nisso.
"Diante desses flagelos da humanidade, expresso meu pesar e exorto todos aqueles que têm a responsabilidade de agir de forma decisiva para impedir tanto a exploração quanto as práticas humilhantes que afligem de modo particular as mulheres e meninas", disse ainda o Papa.
A força do cuidado
“A força do cuidado. Mulheres, economia e tráfico de seres humanos", é o tema do oitavo Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, confiado à Talitha Kum, rede internacional de combate ao tráfico em atividade desde 2009 e composta por mais de 3 mil religiosas de diversos Institutos e promovida pela União Internacional de Superioras Gerais (UISG), junto com numerosas organizações de todo o mundo.
A edição de 2022 propõe colocar as mulheres no centro da reflexão. De fato, elas são as mais afetadas pela violência do tráfico. Ao mesmo tempo, as mulheres desempenham um papel fundamental no processo de transformação da economia da exploração em uma economia do cuidado.
As mulheres podem ser protagonistas da mudança
Sabe-se que a pandemia aumentou o tráfico de seres humanos, exacerbou situações de vulnerabilidade e agravou a dor dos mais vulneráveis, sobretudo das mulheres, particularmente penalizadas pelo modelo econômico dominante, com o aumento da desigualdade entre homens e mulheres. Diante do fracasso de uma economia baseada na exploração, argumenta Talitha Kum, as mulheres são chamadas a assumir um papel de protagonistas, agentes de mudança para realizar um sistema econômico baseado no cuidado das pessoas e da Casa comum, que envolve a todos.
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