Papa Francisco com o presidente italiano, Sergio Mattarella Papa Francisco com o presidente italiano, Sergio Mattarella 

Nos 9 anos de Pontificado, as felicitações de Mattarella ao Papa

No dia 19 de março de 2013, a Missa solene que marcou o início do Pontificado do Papa Francisco. Para recordar a data, o presidente da República Italiana, Sérgio Mattarella, enviou ao Santo Padre uma mensagem de felicitações e gratidão. Na dramática circunstância em que vivemos, lê-se, "a preocupação constante de Vossa Santidade de nunca perder o caminho da fraternidade constitui uma âncora preciosa e um ponto de referência sólido para fazer prevalecer a paz”.

Adriana Masotti - Cidade do Vaticano

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Há nove anos, em 19 de março de 2013, Solenidade de São José, "uma coincidência muito significativa", o Papa Francisco celebrava a Missa de início do Pontificado na Praça de São Pedro, na presença de 31 chefes de Estado, 11 chefes de governo, 6 soberanos, 130 delegações de todo o mundo e milhares de fiéis. Francisco recebeu o pálio e o anel do pescador, uma das insígnias que o Sucessor de Pedro recebe durante a Missa solene no início de sua missão petrina.

A vocação à custódia

 

Na homilia, inteiramente centrada no conceito de custódia, o Papa falou de São José como o guardião de Jesus e de Maria, explicando como tinha desempenhado a tarefa que lhe foi confiada: “José é «guardião» - afirmou -, porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas”.

A vocação de guardar, prosseguiu Francisco, diz respeito a todos: “é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!

O verdadeiro poder é o serviço

 

E o Papa Francisco não deixou de observar que "em todas as épocas da história, infelizmente, há 'Herodes' que traçam planos de morte, destroem e desfiguram os rostos de homens e mulheres", lembrando assim seu dever de custódia daqueles que detêm posições de responsabilidade.

Referindo-se então ao início do seu Pontificado e ao poder que Jesus entrega a Pedro, recordou que "o verdadeiro poder é o serviço".

Impressiona a atualidade das palavras com que Francisco concluiu sua homilia, citando as palavras de São Paulo a respeito de Abraão: "Acreditou, com uma esperança, para além do que se podia esperar" e comentando que "também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança.”

Mattarella: Magistério, ponto de referência e luz de esperança

 

Por ocasião do nono aniversário do início do Pontificado, o presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, escreveu neste sábado ao Papa Francisco uma mensagem na qual se dirige a todo o povo italiano, expressando seus votos e gratidão "pela esperança que o seu Alto Magistério continua a representar, mesmo nas dolorosas circunstâncias que vivemos”.

Após a emergência sanitária, o mundo vive novamente, escreve Mattarella, "uma condição de incerteza e angústia após a agressão russa contra a Ucrânia", que "abala a ordem internacional em seus alicerces ao violar as regras mais elementares da parceria doméstica pacífica".

Neste contexto, continua, "as vossas fervorosas invocações contra a guerra assumem a forma de um apelo - dirigido sobretudo àqueles que têm nas mãos os destinos de tantas vidas humanas - para que sejam redescobertas as razões do diálogo e se coloque um fim a uma situação gravíssima e inaceitável que põe em risco a segurança e a estabilidade globais. Na consciência de que cada guerra deixa o mundo pior do que o encontrou – continua o texto – a constante solicitude de Vossa Santidade para nunca perder o caminho da fraternidade constitui uma âncora preciosa e um ponto de referência sólido para fazer prevalecer as razões da paz”.

Em sua mensagem, o presidente da República Italiana renova, portanto, seus melhores votos ao Papa Francisco "para a continuação de sua missão à frente da Igreja universal".

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19 março 2022, 11:12