Papa Francisco denuncia o "pecado" das guerras esquecidas
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
A missão no centro: este foi o aspecto ressaltado pelo Papa ao receber em audiência esta quinta-feira os redatores e colaboradores da revista “Mundo e Missão”, publicada pelo Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras (PIME).
A revista foi fundada há 150 anos na região italiana da Lombardia com um espírito de modernidade, pois já promovia naquele período a “Igreja em saída” de que nos fala hoje Francisco.
O primeiro diretor, Padre Giacomo Scurati, e seus colaboradores compreenderam o valor de comunicar a missão, a importância de conhecer os países missionários fora da ótica colonizadora, narrando o encontro entre o Evangelho e as comunidades locais.
Hoje como ontem, são as periferias geográficas e existenciais, que continuam relegadas a um segundo plano. Eis então o desafio apontado por Francisco: “mostrar a beleza e a riqueza das diferenças, mas também as distorções e injustiças de sociedades sempre mais interligadas e, ao mesmo tempo, marcadas por fortes desigualdades”.
O pecado das guerras esquecidas
Trata-se de um modo de fazer jornalismo colocando-se do lado de quem não tem direito de palavra ou não é ouvido, dos mais pobres, das minorias oprimidas, das vítimas das guerras esquecidas.
Deste modo, a revista cumpre outra sua tarefa específica: colocar a missão no centro; recordar às comunidades cristãs que se olharem somente para si mesmas, perdendo a coragem de sair e de levar a todos a palavra de Jesus, acabam por apagar-se.
Com efeito, partindo em missão, os missionários descobrem que o Espírito Santo chegou antes deles. “Quem partiu para evangelizar, acabou por receber uma Boa Nova.”
Depois de 150 anos, para o Papa esta é razão para publicar uma revista como “Mundo e Missão”: dar voz à esperança que o encontro com Cristo semeia na vida das pessoas e dos povos. Para dizer a todos que um mundo melhor é possível quando, seguindo Jesus, aprendemos a segurar a mão de cada irmão e irmã.
“Avante” foi a exortação final de Francisco, fazendo votos de que redatores e colaboradores se mantenham fiéis às raízes da revista, sempre atentos aos sinais dos tempos e abertos ao futuro de Deus.
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