Papa Francisco e o sorriso das crianças ucranianas acolhidas na Campânia
De Fabrizio Peloni
O que fazer e o que esperar para que possamos voltar a ouvir o maravilhoso efeito, não apenas sonoro, dos sorrisos das crianças ucranianas, que há quase onze meses ouvem apenas o som de armas e sirenes? Na última quarta-feira (18/01), na Sala Paulo VI, uma pequena grande demonstração foi feita pelos fiéis da Diocese italiana de Teggiano-Policastro e pelo pároco de uma pequena comunidade de Matera. Foi uma resposta concreta às palavras do Papa que, durante a saudação aos fiéis de língua italiana - fazendo sua a "dor pungente dos familiares" - voltou a fazer um "forte apelo a todas as consciências" depois das imagens e testemunhos do ataque de foguetes do último sábado, em Dnipro, no qual pelo menos 45 pessoas morreram, incluindo algumas crianças. É um dos eventos mais sangrentos desde o início da guerra na Ucrânia.
A iniciativa da Diocese de Teggiano-Policastro
As crianças vêm de Kiev, Dnipro, Kherson, Karkiv, Zaporizhzhia e, uma vez que chegaram à Itália, pediram imediatamente para poder encontrar o Papa Francisco. Foram trinta e um menores presentes na manhã de quarta-feira, na Sala Paulo VI, acolhidos pela Diocese italiana de Teggiano-Policastro desde segunda-feira, 9 de janeiro. Algumas delas perderam os pais na guerra, outras não os veem há meses porque foram presos. Cinco educadoras ucranianas também chegaram com as crianças, duas das quais viram seus maridos caírem nas mãos do Exército russo. Uma delas entregou ao Papa uma lista das pessoas capturadas. O Pontífice, levando primeiro o papel ao coração, assegurou a sua oração.
A iniciativa da diocese da Campânia foi explicada pelo padre Martino De Pasquale, diretor da Caritas local e pároco de Postiglione, na província de Salerno. As crianças vão passar um período de férias - até o próximo domingo, 22 de janeiro - na diocese que aderiu a um programa de solidariedade promovido pela Caritas italiana em colaboração com o Ministério do Trabalho, que prevê o acolhimento e acompanhamento de menores ucranianos. "Levamos as crianças para conhecer as belezas naturais do nosso território, as escavações de Pompeia, as grutas de Pertosa e os templos de Paestum", disse o pe. Martino, ressaltando que, mesmo por um período breve de tempo, as crianças "voltaram a correr, brincar e sorrir, reencontrando aquela alegria perdida há meses". E depois, acrescentou, "ficaram comovidas quando ouviram a notícia de que se encontrariam com o Papa e tirariam uma foto com ele".
Ajuda econômica ao povo ucraniano
"Quando Francisco na homilia da missa de 25 de dezembro disse: 'Deus não quer aparência, mas concretude. Não deixemos passar este Natal sem fazer algo de bom', como comunidade paroquial nos sentimos imediatamente chamados". Assim, pe. Giuseppe Ditolve, pároco de San Giuseppe Lavoratore em Pisticci Scalo, na província de Matera, descreveu a motivação que deu início à arrecadação de apoio econômico de solidariedade ao povo ucraniano. A comovente iniciativa contou com a plena participação de toda a comunidade, afirmou pe. Ditolve, que entregou a contribuição diretamente nas mãos do Pontífice. O pároco explicou que “no momento em que propôs a arrecadação da missa da noite e do dia de Natal para o povo e em particular para os menores ucranianos, a resposta foi total”. "A esperança para as crianças, adolescentes e jovens do país martirizado", acrescentou, "é de que em breve possam voltar a sorrir".
Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
Coincidindo com o início da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, esteve presente, na Sala Paulo VI, uma delegação da "Igreja Ortodoxa Anglicana", guiada pelo primaz, arcebispo Thomas Gordon. Com ele os bispos Luis Miguel Perea, Rosendo Usuga Higuita e Henry Danilo Bonilla, respectivamente representantes na Itália, Colômbia e Equador, e o bispo missionário para a América Latina Joshua Gilliam. "É uma grande honra, antes de ser uma grande oportunidade, para nós estarmos diante do Papa Francisco, um grande promotor da paz", foram as primeiras palavras do arcebispo Gordon, seguidas pelas do bispo Perea que, num ótimo italiano, disse que "temos a consciência de que todos nós cristãos somos irmãos, e que independentemente das 'coisas exteriores', o mesmo sangue corre em nossas veias".
Alguns institutos femininos encontram o Papa
Em 17 de janeiro, foi aberto o ano jubilar por ocasião do centenário de fundação. Na quarta-feira, 18 de janeiro, uma delegação de cerca de cinquenta religiosas veio em audiência para receber a bênção do Papa. São as Oblatas do Amor Divino, instituto fundado em Monreale, em 17 de janeiro de 1923, pela serva de Deus Margherita Diomira Crispi, de quem em dezembro passado o Papa reconheceu as virtudes heroicas. Elas trabalham na Itália, principalmente na Sicília. Depois, a partir de 1930, em Roma, e na França, também em muitos países da América Central e do Sul. Elas estão celebrando nestes dias - de 15 a 23 de janeiro - o décimo sexto capítulo geral e por isso participaram da Audiência Geral. São religiosas da Companhia de Maria, instituto fundado em 1841 em Verona pelo padre Antonio Provolo. Muitas delas estão ativas em alguns países da América do Sul (Paraguai, Bolívia e Argentina) e seu compromisso missionário, em particular, é voltado para crianças deficientes, especialmente as que sofrem de surdez. As novas provinciais das Filhas de Maria Auxiliadora, provenientes de todos os continentes, exceto da Oceania, estão em Roma para participar, de 9 a 21 de janeiro, de um curso de formação para aprofundar sua missão e receber indicações de orientação espiritual. Assim nos disse irmã Chiara Cazzuola, madre geral das religiosas salesianas desde outubro de 2021, que as guiou na Sala Paulo VI.
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