Audiência Geral: Francisco recorda os 45 anos da eleição de João Paulo II
Andressa Collet, Pe. Paweł Rytel-Andrianik e Paweł Rozwód - Vatican News
Na Audiência Geral desta quarta (18), Francisco recordou a comemoração da última segunda-feira (16) do aniversário de 45 anos da eleição de Karol Wojtyła como primeiro Papa polonês da história. João Paulo II foi eleito bispo de Roma em 16 de outubro de 1978:
Uma obra que continua viva ainda hoje, acrescentou em entrevista ao Vatican News, o cardeal Stanisław Dziwisz, arcebispo emérito de Cracóvia e secretário de João Paulo II ao longo dos seus 26 anos de pontificado:
"Ele ainda fala. Basta ir ao Vaticano, à Basílica de São Pedro, e ver as pessoas imersas em oração em seu túmulo. Basta entrar no Santuário Pontifício, nas igrejas de Wadowice ou Kalwaria, em todos os lugares que carregam um rastro dele. As pessoas continuam a ouvi-lo, buscam a sua amizade espiritual."
O próprio pensamento e as ações do Papa polonês são muito atuais hoje em dia, disse o cardeal, porque ele "viu e experimentou muito as consequências das guerras e do totalitarismo, sofreu com os mais fracos, foi um defensor e uma voz para aqueles que foram privados de sua voz e, em tempos de turbulência, sempre tentou levar esperança às pessoas. Ele foi uma testemunha do amor de Cristo e do poder do Evangelho, imutável apesar da mutabilidade do mundo. E acho que, hoje, seu apelo 'Não tenham medo de escancarar as portas a Cristo' ressoaria com uma força nova, poderosa", acrescentou ele.
O secretário de João Paulo II também enfatizou que João Paulo II, como o grande apóstolo da Divina Misericórdia, estabeleceu a base teológica e existencial para o caminho que a Igreja do Papa Francisco está trilhando hoje - "o caminho da misericórdia, o dobrar-se sobre a miséria humana, para a qual o único remédio é o amor infinito de Deus".
"Karol Wojtyła pode inspirar e fascinar"
O arcebispo emérito de Cracóvia acredita que os ensinamentos de João Paulo II e seu estilo de vida ainda podem ser uma fonte de inspiração para os jovens. "Não tenho dúvidas quanto a isso, afinal, essa convicção é confirmada pelo destino de várias gerações de jovens que João Paulo II atraiu para Jesus. Milhões ainda se reúnem nas Jornadas Mundiais da Juventude, desmentindo as teses sobre o declínio da Igreja e a indiferença dos jovens em relação às questões de fé. Nos ensinamentos de João Paulo II, os jovens podem encontrar orientação para suas vidas, mas também podem ser inspirados por sua vida, especialmente por seus anos de juventude, que eram cheios das paixões características da juventude, alegria de viver, múltiplos interesses, desejo de desenvolvimento intelectual e espiritual, capacidade de desfrutar de amizades, a beleza da natureza, esportes, poesia", lembrou.
Ele destacou que os anos da juventude de Karol Wojtyła também foram difíceis, marcados pelo drama da guerra, mas, apesar disso, ele os viveu de forma magnífica, provando que vale a pena lutar pelos maiores ideais e ser fiel a eles. "Para os jovens - independentemente de onde e quando vivem - ele é um modelo fascinante que vale a pena seguir. A questão não é se o Papa pode inspirá-los, mas como a beleza de sua vida é comunicada a eles, que linguagem é usada para falar sobre ele, se é uma linguagem que atinge a sensibilidade dos jovens de hoje e se é compreensível para eles", enfatizou.
O cardeal Dziwisz no Conclave
Voltando ao dia 16 de outubro de 1978, o cardeal Dziwisz recorda que, logo após sua eleição, João Paulo II quis encontrá-lo. "Quando apareceu a fumaça branca, meu pai me disse: 'Eu não sei o que fazer, mas eu sei que ele é um homem de Deus'. Quando a fumaça branca apareceu, meu coração tremeu, tomado por uma forte premonição. Quando ouvi o nome 'Carolum' pronunciado da sacada da Basílica de São Pedro, eu já sabia de tudo. Quarenta e cinco anos se passaram desde aqueles momentos, durante os quais muitas coisas aconteceram, mas aquele momento ficou gravado em meu coração para sempre. Eu estava orgulhoso e feliz", declarou ele.
O cardeal polonês acrescentou que o encontraram entre milhares de pessoas na Praça de São Pedro e o conduziram ao conclave, ao refeitório onde os cardeais, juntamente com o Santo Padre, estavam jantando. "O cardeal Jean-Marie Villot, secretário de Estado da Santa Sé, levou-me até o Papa. Ele se levantou e me cumprimentou cordialmente. As primeiras palavras que ouvi do Santo Padre foram: 'Eles fizeram isso comigo!' Isso aliviou a emoção que havia me dominado".
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