Papa aos funcionários do Vaticano: no escondimento e na pequenez cresce o amor
Thulio Fonseca - Vatican News
Nas felicitações de Natal aos funcionários do Vaticano, reunidos na Sala Paulo VI com seus familiares, o Papa Francisco dedicou seu discurso à contemplação do Mistério do nascimento de Jesus: “É belo poder captar o estilo de Deus, que não é grandioso nem barulhento, mas, ao contrário, é o estilo da ocultação e da pequenez”.
Segundo o Papa, essas são duas palavras importantes: ocultação e pequenez: “Elas nos transmitem a mansidão de Deus, que não vem até nós para nos aterrorizar com sua grandeza ou para se impor com sua magnificência, mas se faz presente da maneira mais comum possível, tornando-se um de nós”.
O caminho para entrar no Reino de Deus
Francisco recordou que Deus se esconde na pequenez de uma criança que está nascendo, de um casal - Maria e José - que não está sob os holofotes, mas na pobreza de um estábulo porque não havia lugar para eles na hospedaria.
“Essas são as marcas registradas do Filho de Deus, que então se apresentará ao mundo como uma pequena semente que morre escondida na terra para dar frutos. Ele é o Deus dos pequeninos e dos menores e, com Ele, todos nós aprendemos o caminho para entrar no Reino de Deus: não uma religiosidade aparente e artificial, mas tornar-nos tão pequenos quanto as crianças”.
O escondimento cotidiano
“Vocês, queridos amigos, conhecem bem essas duas palavras”, destacou o Santo Padre, “vosso trabalho aqui no Vaticano é feito, em sua maioria, no escondimento do cotidiano, muitas vezes realizando coisas que podem parecer insignificantes e que, em vez disso, contribuem para oferecer um serviço à Igreja e à sociedade”.
Ao agradecer os funcionários do Vaticano, Francisco pediu que continuem a trabalhar em espírito de gratidão, com serenidade e humildade, e dando testemunho cristão, em suas relações com seus colegas e companheiros.
“Olhem para a ocultação e a pequenez de Jesus na gruta; olhem para a simplicidade do presépio, e tenham certeza de que o bem, mesmo quando está oculto e invisível, cresce sem ruído, multiplica-se inesperadamente e espalha a fragrância da alegria”.
O amor não faz barulho
O Papa então enfatizou que vivemos em uma época que às vezes parece obcecada com a aparência, todos tentam se exibir, especialmente por meio da chamada mídia social:
“É um pouco como querer taças de cristal preciosas sem se importar se o vinho é bom. Mas na família, as aparências e as máscaras não contam ou, pelo menos, duram pouco; o que conta é que não falte o bom vinho do amor, da ternura e da compreensão mútua”.
E o amor, sublinhou o Pontífice, não faz barulho: “É isso que desejo a vocês: que estejam atentos, em seus lares e em suas famílias, às pequenas coisas do dia a dia, aos pequenos gestos de gratidão, à atenção do cuidado. Olhando para o presépio, podemos imaginar a atenção, a ternura de Maria e José para com o Menino que nasceu. Quero lhes desejar esse estilo”.
Por fim, o Papa desejou a todos um santo Natal, e fez um convite: “Vamos abrir nossos corações para a alegria: o Senhor está vindo habitar entre nós!”
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