A vida cotidiana dos civis em meio à destruição em Kherson, no sul da Ucrânia A vida cotidiana dos civis em meio à destruição em Kherson, no sul da Ucrânia  (ANSA)

Papa Francisco: cessar imediatamente a produção e o uso de minas terrestres

Em mensagem à Quinta Conferência de Revisão da Convenção sobre Minas Antipessoais, o Papa apelou pelo fim imediato da produção e do uso de minas, destacando seu impacto devastador sobre civis, especialmente crianças. O Pontífice reforçou a importância da solidariedade internacional e do apoio às vítimas, pedindo um compromisso renovado pela paz.

Thulio Fonseca - Vatican News

Na mensagem endereçada ao Presidente da Quinta Conferência de Revisão da Convenção sobre Minas Antipessoais, realizada em Siem Reap, Camboja, o Papa Francisco, nesta segunda-feira, 25 de novembro, por meio de um texto assinado pelo cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e lido pelo Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dom Ettore Balestrero, reforçou seu apelo por um mundo livre de minas terrestres, destacando os desafios humanitários e éticos associados a esses dispositivos.

Toda vida humana é sagrada

“Nos 25 anos desde a entrada em vigor deste importante documento, as minas antipessoais e dispositivos explosivos continuam a ser usados, causando um sofrimento terrível, especialmente às crianças. Quando isso ocorre, toda a humanidade perde, pois toda vida humana é sagrada”, afirmou a mensagem.

O Santo Padre pediu que todos os Estados que ainda não aderiram à Convenção o façam sem demora e cessem imediatamente a produção e o uso dessas armas. Ressaltou ainda a importância de um compromisso renovado dos Estados Partes em implementar plenamente o tratado e intensificar a cooperação internacional para mitigar os impactos dessas armas. Segundo o Pontífice, “qualquer atraso ou retrocesso inevitavelmente aumentará o custo humano”.

Desarmamento e apoio às vítimas

Francisco destacou a gratidão da Igreja aos que trabalham no desarmamento e no apoio às vítimas, especialmente às organizações inspiradas pela fé, que atuam em regiões onde a solidariedade é crucial. Reiterou também que a Igreja Católica permanece firme em seu compromisso de contribuir para a paz global.

A mensagem concluiu com a bênção do Papa para que a conferência seja um marco significativo rumo a um mundo sem minas antipessoais, garantindo assistência integral e restauradora às vítimas.

O apelo do Papa em fevereiro

Durante a Audiência Geral de 28 de fevereiro de 2024, Francisco já havia expressado preocupação semelhante ao recordar o 25º aniversário da entrada em vigor da Convenção de Ottawa, que proíbe as minas antipessoais. Na ocasião, o Santo Padre destacou o impacto devastador desses “dispositivos traiçoeiros que nos lembram a dramática crueldade das guerras”, mencionando os crescentes números de vítimas, especialmente em conflitos como os da Ucrânia, Síria, Iêmen e Mianmar.

“Manifesto minha proximidade às numerosas vítimas e agradeço a todos que oferecem sua ajuda, limpando áreas contaminadas e prestando assistência concreta. Esse trabalho é uma resposta ao chamado universal de sermos pacificadores, cuidando de nossos irmãos e irmãs”, afirmou Francisco.

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25 novembro 2024, 11:50