Dom Jurkovič na ONU: a dignidade de nossas crianças está em risco
Cidade do Vaticano
“A dignidade de nossas crianças está em risco e o maior interesse da criança deve ser sempre prioridade em todo contexto humanitário.”
Foi o que disse, nesta segunda-feira (05/03), o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, Suíça, Dom Ivan Jurkovič, na 37ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos relativa aos Direitos da Infância.
Olhando ao 70º Aniversário da Declaração dos Direitos Humanos, celebrado este ano, o prelado exortou a Comunidade internacional, os governos e a sociedade civil a colaborar, sem por condições, na proteção da infância, conscientes de que o “futuro está nas mãos das crianças”.
Dom Jurkovič citou as palavras proferidas pelo Papa Francisco, em 2013, aos participantes da Semana Social dos Católicos Italianos: “Um povo que não cuida de seus idosos, de suas crianças e seus jovens, não tem futuro, pois maltrata a memória e a promessa.”
Segundo o arcebispo, “é preocupante pensar que, em 2017, cerca de 535 milhões de crianças foram envolvidas em desastres humanitários. Conflitos armados, crises locais e desastres naturais estão criando ondas de refugiados, migrantes e deslocados internos”.
Muitas vezes, as crianças inocentes, “pertencentes a minorias étnicas e religiosas, são migrantes e refugiados que acabam sendo vítimas de indivíduos e organizações sem escrúpulos, objetos de abuso, contrabando, exploração sexual, trabalho forçado, tráfico de órgãos ou envolvidas em conflitos armados”.
Trata-se de situações que “impactam nos anos do crescimento, na formação e no desenvolvimento psicofísico de gerações inteiras”.
Segundo Dom Jurkovič, essas crianças não são registradas no nascimento e “se não for iniciado um percurso de educação e desenvolvimento” elas “correm o risco de se tornar uma geração perdida”. “O remédio melhor é a prevenção e isso requer acesso à cidadania, saúde, educação e promoção de uma cultura dos direitos humanos”.
“Um quadro jurídico internacional de proteção das crianças já foi definido, mas precisa ser aplicado”, para que toda criança possa desfrutar da dignidade humana que lhe foi doada por Deus.
O representante vaticano convidou a “rejeitar a cultura do descarte que aflige nosso mundo e alimenta a ganância, a corrupção, a violência, a guerra e a degradação ambiental”.
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