Patriarca Bartolomeu I: resposta única à crise ecológica
Cidade do Vaticano
Realiza-se em Atenas, na Grécia, até a próxima sexta-feira (08/06), o simpósio ecológico internacional “Rumo a uma Ática mais verde: preservar o Planeta e proteger seus habitantes”.
O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, que participa do encontro, proferiu um discurso intitulado “Por uma resposta única à crise ecológica”.
“A crise ecológica revelou que o nosso mundo é um todo único, que os nossos problemas são universalmente partilhados. Isto significa que nenhuma iniciativa ou instituição, nenhuma nação ou sociedade, e nem mesmo a ciência ou tecnologia, estão em condições de responder sozinhas à crise, sem trabalhar em conjunto”, ressaltou o patriarca.
Necessário um modelo de cooperação
Segundo Bartolomeu I, “a nossa resposta exige a convergência e o impulso comum das religiões, da ciência e da tecnologia, de todos os setores e organizações sociais, bem como de todas as pessoas de boa vontade. É necessário um modelo de cooperação e não um método de competição. Devemos trabalhar de forma colaborativa, complementar. Infelizmente, estamos vendo, hoje, interesses econômicos e modelos geopolíticos que trabalham contra essa colaboração no campo da proteção ambiental”.
O Patriarca recordou “que a mudança climática é um questão que está estritamente ligada ao nosso modelo de desenvolvimento econômico atual. Uma economia que ignora os seres humanos e as necessidades humanas leva inevitavelmente à exploração do ambiente natural”.
Interconexão entre problemas sociais e ambientais
“Desde o início, sublinhamos a interconexão entre problemas sociais e ambientais, bem como a necessidade de enfrentá-los em conjunto e em colaboração. Preservar e proteger o ambiente natural, assim como respeitar e servir outros seres humanos, são duas faces da mesma moeda. As consequências da crise ecológica, que afetam em primeiro lugar e sobretudo as pessoas social e economicamente vulneráveis, constituem uma séria ameaça para a coesão social e a integração.”
“Além disso, há uma estreita ligação entre cuidar da criação e adorar o Criador, entre uma economia para os pobres e uma ecologia para o Planeta. Quando ferimos as pessoas, danificamos a Terra. Portanto, a nossa ganância extrema e o nosso desperdício excessivo não são apenas inaceitáveis do ponto de vista econômico. Eles também são insustentáveis do ponto de vista ecológico”, afirmou Bartolomeu I.
Preservação
“Todos nós somos chamados a nos questionar, mas também a mudar, a maneira como consumimos, a fim de aprender como conservar para o bem do nosso Planeta e o benefício de seus habitantes.”
“Quando preservamos, reconhecemos que devemos servir uns aos outros. Preservar implica compartilhar a nossa preocupação com a terra e seus habitantes. Indica a capacidade de ver no próximo, em todas as pessoas, o rosto de todo ser humano e, por fim, o rosto de Deus”, concluiu o patriarca ecumênico.
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