Pe. Douglas: A primeira vocação, a vida!
Padre Douglas de Freitas Ferreira - Cidade do Vaticano
Caros amigos e amigas, bem vindo ao nosso segundo encontro em que estamos refletindo sobre à vocação para a vida matrimonial à luz do documento preparatório para o Sínodo dos Bispos que tratará o tema: os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional, e acontecerá em Roma dos dias 03 a 28 de outubro. No programa anterior introduzimos um pouco dos temas que trataremos e fiz uma série de perguntas e vamos tentar respondê-las a cada programa. As perguntas principais, tiradas do Instrumento Laboris são: qual a origem da nossa vocação? e, para onde esta me conduz?
O primeiro passo para entender a origem de qualquer vocação é acolher a primeira vocação ao qual fomos chamados: à vocação para a vida. Existimos nesse mundo que, sem desconsiderar os diversos dramas que nele existem, é maravilhoso, é ordenado, é belo.
O ser humano é capaz de contemplar as grandezas que nele existe, basta pensar naquelas vezes que estivemos diante das coisas criadas - por exemplo o mar, um por do sol, as estrelas, em uma cachoeira. Ficamos maravilhados e grande admiração nasce dentro de nós que gera alegria e o desejo de buscar coisas grandes. Ao mesmo tempo revela que cada homem, cada um de nós, fazemos parte do conjunto dessa beleza criada, mas o homem percebe que pode a ir além, que tem dentro de si um desejo grande de felicidade.
A beleza da criação fala muito da vocação de cada um como criatura e fala muito de Deus criador.
O documento de preparação (n. 88) relembra as palavras de Bento XVI que diz: « a Palavra criadora chama cada um em termos pessoais, revelando assim que a própria vida é vocação em relação a Deus». Se queremos falar de vocação em maneira séria é necessário acolher a beleza e a bondade da criação do mundo e, ao mesmo tempo, acolher a propria criação como um dom do amor de Deus.
Quando acolhemos o dom da criação e nos maravilhamos das suas riquezas e grandezas, percebemos que em meio a tudo isso existe um chamado profundo para algo maior, que carregamos um desejo profundo de felicidade, um desejo de ser feliz. O ponto de partida para realizar a felicidade começa ao acolher o maravilhoso dom da criação feita pelo amor de Deus que nos criou e nos chamou para a vida.
Para a realização da vocação à vida, Deus dotou o homem de corpo e alma, que são inseparáveis. O corpo é criado masculino ou feminino, revela o mistério de Deus, e o mistério nupcial do ser humano. O corpo fala de Deus e da sua imensa sabedoria, ao mesmo tempo revela cada um de nós, fala do homem e da mulher e, assim, fala da verdadeira vocação para o amor. A alma, no corpo, dá ao homem a capacidade de amar e entender. Sem o corpo, a alma não pode existir.
A criação como homem ou mulher é um dom! Nascemos! Em toda estrutra corpórea, desde a simples célula, até os tecidos exteriores, carregam e determinam da identidade sexual, e isso é imutável! Basta observar que quando se tenta mudar o corpo, naturalmente ele se esforça para voltar ao estado normal.
O corpo, criado por Deus, assim como toda a criação e a nossa vida, não são destinados para o mal. Se se cuida do corpo em maneira justa, acolhendo a vocação à vida que nos foi dada em um corpo masculino ou feminino, com certeza teremos dado o primeiro passo no caminho para a felicidade, no caminho para entender a nossa vocação.
O nosso corpo, redento por Cristo, da qual toda a criação foi feita por meio dele e em vista dele, é um corpo para a Glória. O Corpo é um dom, é uma benção! Ser homem, ou se ser mulher é um dom é uma benção!
Caros amigos, espero que nesse primeiro encontro você tenha tido a oportunidade de perceber que é na criação, na existência de cada homem e mulher, chamados à vida em um corpo dotato de alma, masculino ou feminino, que nasce a vocação ao amor. Um discernimento vocacional deve iniciar dessa antropologia clara, que não é uma invenção humana é dom de Deus, o primeiro dom a ser acolhido para uma vida feliz. E com alegria façamos a oração pelo Sínodo dos bispos.
ORAÇÃO PELO SÍNODO
Senhor Jesus,
a tua Igreja a caminho do Sínodo
dirige o olhar a todos os jovens do mundo.
Pedimos-te que, com coragem,
assumam a própria vida,
olhem para as realidades mais bonitas e mais profundas
e conservem sempre um coração livre.
Acompanhados por guias sábios e generosos,
ajuda-os a responder à chamada que Tu diriges a cada um deles,
para realizar o próprio projeto de vida e alcançar a felicidade.
Mantém aberto o seu coração aos grandes sonhos tornando-os atentos ao bem dos irmãos.
Como o Discípulo amado,
também eles permaneçam ao pé da Cruz
para acolher a tua Mãe,
recebendo-a como um dom de Ti.
Sejam testemunhas da tua Ressurreição
e saibam reconhecer-te vivo ao lado deles
anunciando com alegria que Tu és o Senhor.
Amém
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