Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens. Briefing na Sala de Imprensa da Santa Sé Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens. Briefing na Sala de Imprensa da Santa Sé 

Briefing. Dom You: na península coreana, futuro de paz para jovens

O bispo sul-coreano disse que uma eventual visita do Papa Francisco a Pyongyang representaria “um passo enorme” para a paz e a reconciliação na península coreana. É claro, reconheceu Dom Lazzaro, “é preciso dar muito passos, algumas coisas devem mudar”, sobretudo no que diz respeito “à liberdade religiosa”, mas agora Pyongyang “está pronta para ser um país novo”.

Cidade do Vaticano

“A Coreia do Norte está pronta para abrir-se ao mundo.” Um ano atrás tivemos medo da deflagração “de uma nova guerra, mas graças ao sopro do Espírito Santo a situação entre as duas Coreias mudou completamente”.

Assim se expressou na tarde desta quinta-feira (11/10) o bispo sul-coreano de Daejeon, Dom Lazzaro You Heung-sik, na Sala de Imprensa da Santa Sé, no briefing dedicado aos trabalhos da XV Assembleia Geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem como tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

Os jovens são uma promessa e um desafio

O encontro com os jornalistas foi introduzido pelo prefeito do Dicastério para a Comunicação e presidente da Comissão sinodal para a informação, Paolo Ruffini, que destacou os temas mais recentes abordados nos trabalhos sinodais: o processo de discernimento, as relações entre gerações, a beleza da liturgia eucarística, o dinamismo dos jovens e o papel dos leigos.

O Espírito sopra na península coreana

Instado pelas perguntas dos jornalistas, o bispo sul-coreano esclareceu que uma eventual visita do Papa Francisco a Pyongyang representaria “um passo enorme” para a paz e a reconciliação na península coreana.

Efetivamente, dias atrás o porta-voz da Blue House, a casa presidencial da Coreia do Sul, anunciou que será apresentado ao Pontífice um convite do líder norte-coreano Kim Jong-un, por ocasião da visita ao Vaticano do presidente sul-coreano Moon Jae-in, este 18 de outubro.

É claro, reconheceu Dom Lazzaro, “é preciso dar muito passos, algumas coisas devem mudar”, sobretudo no que diz respeito “à liberdade religiosa”, mas agora Pyongyang “está pronta para ser um país novo”.

Tendo por razões humanitárias estado na Coreia do Norte em quatro ocasiões, o prelado pensou com enlevo nas muitas coisas que as duas Coreias poderão fazer juntas, como a “ferrovia”. “O Espírito Santo nos ajuda a seguir adiante”, acrescentou.

Bispos chineses no Sínodo: irmãos a serem amados

Entre os temas abordados durante o briefing foi dado amplo espaço aos dois bispos da China Continental: Dom Giuseppe Guo Jincai, bispo de Chengde (província de Hebei) e Dom Giovanni Battista Yang Xiaoting (província de Shaanxi).

A presença dos dois prelados, após a assinatura do acordo provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China, disse Dom Lazzaro, “é uma alegria imensa” e sinal de “uma nova esperança”, que “dará bons frutos para a Igreja e para o mundo”. Vi neles, concluiu o prelado sul-coreano, “irmãos a serem amados” e eles me tratam como “um irmão mais velho”. “A China é um mundo al qual abrir-se”: acrescentou, por sua vez, o arcebispo italiano de Chieti-Vasto, Dom Bruno Forte.

Imaginar a Igreja que virá

O arcebispo italiano recordou que “os jovens são uma promessa e um desafio que diz respeito a todos” e que “o que realmente está em jogo neste Sínodo é qual Igreja queremos, sonhamos e desejamos para o futuro”.

Em seu pronunciamento, Dom Bruno Forte traçou “três direções” para “o olhar dos jovens”: presente, futuro e passado. De fato, disse, no hoje dos jovens há certamente uma grande complexidade de expectativas e problemáticas, mas cada um tem sede de “acolhimento e integração”.

Em relação ao amanhã, ao invés, o prelado identificou dois macro grupos: os “jovens da esperança e do desejo” e os “do medo e da solidão”. A segunda realidade preocupa os pastores, da qual a Web é grandemente responsável. “Devemos tirar os jovens da rede da Web para fazê-los voltar à realidade”, abandonando as “relações virtuais”, ressaltou.

Por fim, o passado, que “não pode ser deixado de lado” porque representa a história mesma dos jovens. O arcebispo de Chieti-Vasto tocou no tema da migração, que “não foi abordado de modo comunitário”. Segundo Dom Bruno, “se sente uma ausência da Europa enquanto os migrantes são uma força preciosa”.

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11 outubro 2018, 20:30