Sínodo como fonte de inspiração aos jovens
Amábile Corrêa - Cidade do Vaticano
O Sínodo dos bispos para os jovens, que termina no domingo (28), é um grande espaço de reflexão e uma abertura especial, um “olhar que a Igreja dá para a juventude”, afirma Murilo Medeiros, de 25 anos, coordenador do Setor Juventude da Diocese de Tubarão/SC: “é muito importante porque acaba que o jovem tem a visibilidade das suas ideias. Alguém está nos olhando, alguém está pensando na gente. Se diz muito que o jovem é o futuro da Igreja, futuro disso e daquilo mas, principalmente, o jovem é o presente, é aquele que pensa, que quer coisas novas mas, acima de tudo, que quer viver a sua fé”.
O Sínodo, segundo o coordenador, faz esse convite ao discernimento vocacional e a viver a fé, através da abertura da Igreja que se mostra pronta para escutar o jovem e acolher as suas ideias. Em contrapartida, como demonstraram os questionários pré-sinodais realizados em Tubarão, a juventude também busca fontes de inspiração.
“É na juventude que temos o discernimento vocacional. Não só no que diz respeito à questão vocacional voltada para a religião como padres, freiras, religiosos e religiosas ou até mesmo pessoas que querem viver uma vida celibatária e se entregando totalmente a Jesus mas, principalmente, à vocação leiga, à vocação de pai e de mãe, à vocação de um estudante ou de um profissional de alguma área. É nessa juventude que precisamos discernir a nossa vocação. E aí quando nós tratamos desse tema, de discernimento vocacional na Igreja, nós queremos dizer que a Igreja está aberta a esse discernimento vocacional mas, sobretudo, pensando em nunca abandonar, seja qual for a vocação, abandonar Deus. Nunca nós devemos fazer isso. Não podemos de forma alguma. E, principalmente, quando a gente trata a juventude e o discernimento vocacional, nós queremos buscar em Deus a força para que nos mostre qual caminho seguir. Que o Sínodo possa ser para nós fonte de inspiração, fonte de vontade de ser ouvidos, mas também de colocar-se a serviço. O jovem sempre tem aquela ideia de que é bagunceiro e tem muita ideia fora do comum. Não, às vezes ele tem as mesmas ideias que os jovens lá de trás tiveram e não puderam colocar em prática. E a gente sabe que a Igreja precisa se adaptar à juventude. E aí o Papa João Paulo II sempre dizia uma frase muito bonita, e a gente vê também no testemunho de Francisco, quando ele diz: ‘A Igreja só será jovem quando o jovem for Igreja’. Acho importante que tudo isso seja de fato vivenciado, que os jovens vivenciem os ritos e a Igreja.”
O Papa Francisco acredita que os jovens exigem uma dedicação criativa, entusiasta e cheia de esperança, a fim de não ficarem sozinhos nas mãos de “traficantes de morte”, que oprimem a vida. Nesse contexto, segundo Murilo, a Igreja pode contribuir na inserção dos jovens na sociedade, ajudando a ampliar os trabalhos nas universidades e no mercado de trabalho, criando oportunidades de evangelização:
“Que a Igreja esteja ligada aos contextos sociais, principalmente à família, à educação e, acima de tudo, nos dê bons testemunhos para o seguimento de Jesus. E, um Sínodo para a juventude, é um sonho que se torna realidade, mas é um olhar que a Igreja passa a ter para nós, jovens, e esperamos que o Espírito Santo possa iluminar os bispos, iluminar aqueles que nos representam no Sínodo, o Papa Francisco e toda nossa Igreja para que tenham um olhar não só pelo jovem, mas por todo o seu trabalho e por tudo aquilo que ele representa na Igreja. Que essa força, vontade e compromisso de fazer as coisas darem certo, de fazer ‘novo’ todas as coisas, mas sem deixar de ser o cristão de sempre, convicto da sua fé.”
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