Beatificada Madre Clélia Merloni, fundadora das Apóstolas do SCJ
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Cardeal Giovanni Angelo Becciu, Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, presidiu na manhã deste sábado (03.11) na Basílica de São João de Latrão, sede da diocese de Roma, à Santa Missa de Beatificação de Madre Clélia Merloni, Fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus.
Biografia
Clélia Cleópatra Merloni nasceu em Forlì, na Itália, em 10 de março de 1861. À medida que crescia, se sentia sempre mais atraída para a oração e a intimidade com Deus do que para a vida social da elite ou administrar os negócios da família, conforme o desejo do seu pai.
Mulher inteligente, dotada de muitas qualidades, respondeu com grande generosidade ao chamado de Deus, consagrando-se totalmente a Deus na vida consagrada.
Em 30 de maio de 1894, Madre Clélia fundou o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, colocando a serviço dos mais necessitados e marginalizados todo o seu potencial carismático, suas energias, seu zelo apostólico e a considerável herança deixada por seu pai. Na virada do século XIX para o século XX, enviou as primeiras Apóstolas Missionárias às Américas e ao Exterior.
O ideal de vida de Madre Clélia era a Santidade: “Quero ser santa”, dizia para cumprir plena e totalmente a vontade de Deus, junto com suas filhas religiosas. Neste seu percurso, teve que passar por tempos de purificação e enfrentar provações difíceis, como profundas humilhações, dores físicas, morais e espirituais. Porém, ela aceitou tudo com amor e por amor ao Sagrado Coração de Jesus, ao qual dedicara toda a sua vida.
Madre Clélia faleceu em Roma, em 21 de novembro de 1930. Seu corpo, exumado em 1945, foi encontrado incorrupto, e descansa na Capela da Casa Geral das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, em Roma.
O Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração (IASCJ), está presente em 15 países e com forte presença em território brasileiro.
Milagre
A Congregação das Causas dos Santos, com a junta médica de especialistas, Bispos e Cardeais, aprovou o milagre, por intercessão de Madre Clélia, do médico Pedro Ângelo de Oliveira Filho, brasileiro, de Ribeirão Preto (SP).
O milagre, que passou por uma minuciosa análise, teve início em 14 de março de 1951, quando o médico brasileiro, Pedro Ângelo, foi, repentinamente, acometido por uma progressiva paralisia dos quatro membros; sendo hospitalizado, com urgência, na Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto, foi-lhe diagnosticado um paralisia ascendente progressiva, chamada síndrome de Landry ou Guillain Barré. Em poucos dias, a paralisia piorou causando insuficiência respiratória aguda e atingindo a glote, o que lhe dificultava deglutir.
Devido ao péssimo diagnóstico, à gravidade da doença e aos remédios insuficientes da época, os médicos suspenderam o tratamento e, em 20 de março, informaram à família que o paciente não passaria daquela noite.
Diante desta grave situação, sua esposa, Angelina Oliva, pediu orações à Irmã Adelina Alves Barbosa. A religiosa propôs-lhe fazer uma novena a Madre Clélia, com uma foto e uma relíquia, que continha uma partícula do véu da Madre. Assim, a religiosa, a esposa, os filhos e outros parentes começaram a rezar com fervor. No entanto, a Irmã Adelina aproximou-se do paciente, deu-lhe de beber e colocou sobre seu peito a pequena relíquia.
Até então, o paciente não conseguia engolir nada, até que, momentos depois, perceberam que ele engoliu a água e não perdia mais a saliva. Todos ficaram maravilhados com a rápida melhora do paciente.
No dia seguinte, o médico foi visitar Pedro Ângelo e, vendo que ele estava completamente curado, exclamou que era um milagre!
Após 25 anos do milagre, o doutor Pedro Ângelo faleceu, em 25 de setembro de 1976, por uma parada cardíaca.
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