Observador permanente da Santa Sé na Onu, Dom Bernardito Auza Observador permanente da Santa Sé na Onu, Dom Bernardito Auza 

Dom Auza: recursos humanos e naturais da África sirvam suas populações

A Santa Sé convidou a comunidade internacional a “buscar criar, mediante as operações de peacekeeping, uma maior colaboração com as populações locais para fazer frutificar os impressionantes recursos – humanos e naturais – dos quais os continente africano dispõe”.

Cidade do Vaticano

“Os abundantes recursos naturais na África tornam-se uma maldição quando sua exploração não favorece às pessoas, ou pior, quando guerras e conflitos são exacerbados ou até mesmo provocados voluntariamente para explorar de modo ilícito e violento esses recursos preciosos.”

Construção da paz arriscando a própria vida

Foi a veemente constatação do observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Bernardito Auza, em seu pronunciamento na terça-feira (20/11) na sede da Organização, em Nova York, durante o debate aberto sobre paz e segurança na África.

Peacekeeping é oportunidade de colaboração num mundo fragmentado

O núncio apostólico concentrou-se em particular sobre o papel e importância das operações de peacekeeping (manutenção da paz) realizadas pelos funcionários da Onu em várias áreas de conflito do Continente: um trabalho indispensável, mas que encontra muitos obstáculos.

“Num mundo sempre mais fragmentado, as operações de manutenção da paz constituem para a comunidade internacional uma oportunidade concreta de colaborar”: “muitos homens e mulheres constroem pontes sob a bandeira das Nações Unidas”, indo ao encontro de enormes desafios e muitas vezes arriscando a própria vida, ressaltou o arcebispo filipino.

Segundo Dom Auza, o termo “Peacekeeping”, ou seja, manutenção da paz, pode revelar-se inadequado para descrever aqueles contextos em que a estabilidade, a reconciliação e, por conseguinte, a paz ainda são metas distantes de ser alcançadas.

É preciso um salto de qualidade no esforço coletivo de apoio ao desenvolvimento

O pensamento do represente vaticano voltou-se para aqueles países da África em que “grupos armados e organizações terroristas, muitas vezes manipulados por maquinações políticas internas ou externas às fronteiras, provocam instabilidade e caos”.

Daí, o apelo à comunidade internacional a investir economicamente em programas de desenvolvimento, vez que tal investimento a nível global é como uma migalha se comparado com a despesa militar mundial.

A Santa Sé exorta a “um salto de qualidade no esforço coletivo” sobretudo olhando para “as jovens e vivazes populações africanas que merecem ter um melhor acesso a uma instrução de qualidade e a um trabalho digno”, a fim de permitir aos jovens e às jovens de hoje “ser protagonistas-chave na construção” da sociedade de amanhã.

Buscar maior colaboração com as populações locais

Efetivamente – foi a constatação do representante da Santa Sé – “sem perspectivas os jovens e as jovens correm o risco de tornar-se vítimas de exploração e violência”.

Em seguida, Dom Auza convidou a comunidade internacional a “buscar criar, mediante as operações de peacekeeping, uma maior colaboração com as populações locais para fazer frutificar os impressionantes recursos – humanos e naturais – dos quais os continente africano dispõe”.

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22 novembro 2018, 19:37