vaticano--parolin-in-iraq--superare-odio-luce-1545932027645.jpg

Card. Parolin encoraja cristãos do Iraque a viver sua fé com alegria

Na noite de quarta-feira o cardeal Pietro Parolin chegou em Irbil, capital do Curdistão iraquiano, para mais uma etapa de sua visita ao Iraque, iniciada em 24 de dezembro e que se conclui nesta sexta-feira. Na tarde de quinta-feira, celebrou a Missa em memória dos Mártires Inocentes.

Adriana Masotti - Cidade do Vaticano

O cardeal Parolin foi recebido no aeroporto de Irbil por vários ministros da Região, juntamente com algumas personalidades muçulmanas. Antes de deixar Bagdá, o cardeal havia encontrado no Palácio da Paz, o Presidente da República, Barham Salih. Na manhã desta quinta-feira, encontrou-se por sua vez com o presidente do Curdistão iraquiano, Masrour Barzani.

Seguiu-se a visita a algumas instituições católicas, ao Patriarcado Caldeu em Ankawa - subúrbio da cidade de Irbil, considerado um dos lugares habitados mais antigos do mundo - e a saudação a grupos de refugiados. Às 17h30, foi celebrada a Missa na Catedral caldeia de São José, também em Ankawa.

Ouça a reportagem

Ao ódio vocês responderam com a acolhida e a solidariedade

 

Uma Eucaristia celebrada em memória da morte das crianças inocentes por Herodes em Belém, que a Igreja recorda nesta sexta-feira e que ressoa de maneira particular nesta terra de mártires.

No início de sua homilia o secretário de Estado no início de sua homilia referiu-se à generosa acolhida dada pelo povo de Irbil e Ankawa aos muitos deslocados de Mosul e da Planície de Nínive e de outros lugares. "Com descrença e ainda um calafrios no coração - diz - recordamos as trágicas cenas do verão de 2014, quando tantas pessoas, forçadas a fugir de suas casas, bateram em suas portas, encontrando uma hospitalidade admirável". "Ao ódio e à intolerância - prosseguiu – se opuseram a solidariedade e a proximidade".

Jesus é a verdadeira luz que salva o mundo

 

Foram anos de perseguições para muitos cristãos e o cardeal recorda que "quando se fala de perseguição, se fala de uma estreita relação de identificação de Jesus com seus discípulos". E é precisamente isso que se celebra no Natal, "este mistério do amor de Deus que veio ao nosso encontro até se tornar um de nós". A boa nova que a Igreja anuncia a todos nestes dias  é a vinda ao mundo da luz, aquela verdadeira, a único capaz de vencer as trevas. O cardeal Parolin ressalta a ternura de Jesus que se tornou como nós, compartilhando tudo, exceto o pecado, também os limites e sofrimentos. "Não eliminou a dor, mas a transformou com a força de um amor maior, fazendo-a se tornar uma passagem para a plenitude da vida e da felicidade".

Na criança indefesa na manjedoura a resposta ao mal

 

Recordando as crianças mártires de Belém, que "foram sacrificadas pelo nome de Jesus, ainda que não o conhecessem", o cardeal enfatiza o mistério da dor inocente, mas diz que no "Filho de Deus, criança indefesa, deitada em uma manjedoura, podemos encontrar uma resposta "e reitera que não o mal, mas o amor de Deus, que triunfa sobre ele, tem" a última palavra na história e na nossa vida".

Assim, os mártires de todos os tempos estão unidos à cruz do Senhor, mas também à sua vitória. "Vocês são uma Igreja dos mártires. O sangue dos seus mártires e o testemunho de fé de muitos dos seus irmãos e irmãs são um tesouro para a Igreja e uma semente de nova vitalidade".

Fujam das divisões e levem a paz

 

O convite do Cardeal Parolin aos fiéis de Irbil e Ankawa é então o de "continuar a viver com alegria e gratidão a fé", a não perder a esperança, a levar o amor e o perdão a todos. "Sejam construtores de comunhão - é sua exortação – fugindo como da peste das divisões, das contendas, das rivalidades dentro de nossas comunidades e se esforçando em estimar uns aos outros e carregando os pesos dos outros. (...) Assim vocês darão uma contribuição fundamental para a construção da sociedade e do país, junto aos seus concidadãos ".

Promover o retorno de famílias deslocadas

 

Por fim, o secretário de Estado expressa a alegria pelo retorno de muitas famílias aos próprios povoados em fase de reconstrução. É necessário - diz ele - promover esse retorno, garantindo as condições adequadas para uma vida normal e tranquila em um país ao qual faz votos de unidade, reconciliação e concórdia.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

27 dezembro 2018, 16:46