As descobertas científicas devem servir ao homem, não subjugá-lo
Manuela Castro - Cidade do Vaticano
O Papa Francisco está preocupado com a perda do senso de comunidade, de fraternidade e de dignidade humana enquanto o progresso tecnológico avança. Essa é uma das principais conclusões que estudiosos e membros da Pontifícia Academia para a vida apontaram na carta enviada pelo Papa à instituição.
As reflexões de Francisco foram apresentadas nesta terça-feira (15/01) aos jornalistas na Sala de Imprensa do Vaticano. Participaram do encontro o presidente da Pontifícia Academia, Dom Vincenzo Paglia, e membros da instituição como o monsenhor Renzo Pegoraro e o professor Padre Paolo Benanti.
O documento, intitulado Comunidade Humana, foi endereçado a Dom Vincenzo Pagllia, presidente da Pontifícia Academia. Segundo ele, “a carta mostra que as descobertas cientificas devem servir ao homem e não subjugá-lo”. Dom Vincenzo também explica que a tecnologia deve preservar nossa Casa Comum, a Terra, e todos que habitam nela. “Essa é justamente a temática do Sínodo dos Bispos deste ano, sobre a Amazônia”, destaca o presidente.
O Papa Francisco também enfatiza na carta a degradação do ser humano e o paradoxo com o progresso. Membro da Pontifícia Academia para a vida, monsenhor Renzo Pegoraro explica que os pesquisadores da instituição estão em sintonia com a preocupação do Papa: “Estudamos as novas responsabilidades morais para preservar a dignidade humana do início ao fim da vida”. Segundo Pegoraro, hoje o homem tem um grande poder nas mãos, poder sobre o próprio corpo, e o que os pesquisadores querem é “mostrar quais as melhores formas de usar esse poder em favor da vida”.
O Papa conclui a carta exortando os pesquisadores a “não terem medo de elaborar argumentações e linguagens que sejam utilizadas em dialogo intercultural e inter-religioso, assim como interdisciplinar”.
A Pontifícia Academia para a Vida foi fundada em 1994 por inspiração do Papa João Paulo II. É uma instituição de pesquisa preocupada com a defesa da dignidade da pessoa humana diante dos avanços de áreas como a biotecnologia, a inteligência artificial e a robótica.
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