Rumo ao Sínodo amazônico: Igreja profética no anúncio e na denúncia
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
“Se a natureza sofre quando é destruída, imagina o ser humano”: palavras da Ir. Henriqueta Cavalcante, da Congregação de Nossa Senhora Menina, referência no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no Estado Pará.
A religiosa está em Roma, onde participa do seminário preparatório para o Sínodo dos Bispos para a Amazônia.
Em entrevista ao Vatican News/Rádio Vaticano, Ir. Henriqueta afirma que é de “suma importância” propor o tema do tráfico de pessoas no debate sinodal:
“Se a natureza sofre quando é destruída, imagina o ser humano, que hoje é visto dentro desse capital, as pessoas são vistas como mercadorias. É dentro dessa visão, dessa mercantilização da vida, que nós temos que nos preocupar de olhar o ser humano como ser humano e nós da Amazônia trazermos para a nossa Igreja, para o Sínodo, este clamor e este desespero de tantas pessoas que hoje são tratadas como mercadoria barata. Nós não podemos nos calar diante dessa barbaridade, dessa grande mazela que é o tráfico de pessoas, principalmente quando é para fins de exploração sexual, para a retirada de órgãos, para a escravidão e outras modalidades como é a venda e adoção ilegal de crianças. Enfim, hoje são várias formas de as pessoas serem tratadas com tanta indiferença."
O que a senhora pessoalmente espera desse Sínodo?
"Eu espero que neste momento a Igreja olhe para nós, principalmente nós da Amazônia, com olhar mais atencioso. Que a nossa Igreja seja profética, que a nossa Igreja seja de fato comprometida com o Reino de Deus – esse Reino que anuncia e denuncia, que traz para as pessoas mais esperança, que traz para as pessoas capacidade de resistir e lutar por aquilo que é nosso. Que a Igreja seja a voz do povo da Amazônia."
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui