Mandato missionário, prioridade para Igreja: diz Dom Dal Toso (POM)
Cidade do Vaticano
Trinta e três membros das direções nacionais das Pontifícias Obras Missionárias (POM) provenientes de 17 nações francófonas da África, América e Europa participam estes dias em Roma, no Centro Internacional de Animação Missionária (CIAM), do curso de formação em vista do Mês Missionário Extraordinário de outubro próximo.
Organizado pelos Secretariados internacionais das POM e do CIAM, o curso se realiza do dia 1º até este sábado, 6 de abril, e foi inaugurado pelo presidente das Pontifícias Obras Missionárias, Dom Giampietro Dal Toso, com uma ampla explanação teológica sobre o tema “A missão da Igreja e as POM”.
Significado, hoje, de “missão”
O arcebispo propôs duas interrogações no início de seu pronunciamento: “Por que a Igreja é missionária? O que significa, hoje, missão?”. O mandato missionário vem de Jesus mesmo, ao término de sua existência terrena – ressaltou o prelado.
“Portanto, continua sendo um prioridade absoluta para todos os batizados, vez que fazem parte da Igreja. A missão de evangelização que a Igreja recebeu de Cristo é chamada a tomar forma no tempo e no espaço, num lugar concreto, para alcançar populações concretas, seres humanos visíveis e palpáveis”, afirmou.
Serviço carismático das POM a serviço da missão
“Esse é o coração da nossa missão enquanto POM”, evidenciou Dom Dal Toso, que em seguida se deteve a ilustrar o “serviço carismático” da mesma a serviço da missão.
Numa frase, as quatro POM constituem “uma rede mundial a serviço do Santo Padre para apoiar a missão e as Igrejas através da oração e da caridade”. Num vídeo recente “o Papa mesmo afirma que as POM são importantes, mas não muito conhecidas”. “É também a minha experiência pessoal”, comentou o arcebispo.
Os 5 campos das Pontifícias Obras Missionárias
Prosseguindo sua exposição, Dom Dal Toso recordou os fins específicos para os quais as POM foram instituídas, seus fundadores, as referências do magistério missionário, ilustrando sua estrutura e carisma.
Em seguida, o presidente das POM evidenciou cinco campos de suas atividades em nível nacional: manter o espírito missionário vivo através da animação e a formação missionária; encorajar a oração; cultivar a formação missionária; favorecer a coleta, em particular, para o Dia Mundial das Missões; e colaborar com a Agência Fides, órgão de informação das POM.
Na segunda parte de seu pronunciamento, o arcebispo se deteve sobre alguns princípios teológicos que fundamentam o trabalho missionário.
Partindo da “Igreja como sacramento” e das várias imagens oferecidas pela Constituição conciliar Lumen gentium, o prelado passou à relação entre Igreja local e Igreja universal, unidas pelo mandato missionário: “duas realidades distintas, mas não separadas”, como as POM, que por sua vez são universais e locais.
O terceiro horizonte teológico tratou da relação entre fé e missão ad gentes (além-fronteiras, ndr). Por fim, a união entre o batismo e o envio, que é o tema do Mês Missionário Extraordinário de outubro próximo.
Batizados e enviados
“O Santo Padre escolheu este tema que compreende os elementos essenciais a ser levados em consideração no planejamento e realização desta iniciativa. Batizados e enviados: no batismo recebemos a vida divina, graça ao qual somos profetas, ou seja, anunciadores do mistério de Cristo, enviados por Ele”, disse Dom Dal Toso.
O Cristo que nos envia é também o conteúdo essencial da missão: a Igreja não transmite uma mensagem própria, mas transmite aquilo que recebeu de Cristo, isto é, sua própria pessoa”, acrescentou.
Testemunhas de Cristo para o mundo
Concluindo seu pronunciamento, o presidente das POM reiterou que “como a Igreja é por natureza missionária, do mesmo modo a missão é eclesial por natureza, porque estende na concretude da experiência humana a ação de Cristo que passa sempre através de pessoas concretas”.
“Para nós cristãos batizados trata-se de testemunhar Jesus deixando que sua presença transpareça através de nós, a fim de que sua face seja revelada e acessível a todos os homens e mulheres.”
Missio ad gentes jamais é proselitismo
Na homilia da missa que presidiu ao término da manhã de 1º de abril, o arcebispo – comentando as leituras da liturgia do dia – ressaltou, entre outros, que “para a Igreja a missio ad gentes jamais pode ser proselitismo: é, sobretudo, a oferta livre ao homem que pede vida e eternidade de um caminho de vida e de eternidade em Cristo”.
“Cristo não se deteve diante do fato de que o funcionário não era judeu, ajudou-o do mesmo modo. Nossas POM sustentam a obra da Igreja que quer fazer chegar a todos a cura que Cristo, o Filho de Deus, pode oferecer”, disse por fim.
(Fides)
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