Sri Lanka: cardeal Filoni leva oração do Papa aos parentes das vítimas
Amedeo Lomonaco - Cidade do Vaticano
O Santuário de Santo Antônio em Colombo, a Igreja de São Sebastião em Negombo, os encontros com os familiares das vítimas e os colóquios com o presidente e primeiro ministro do Sri Lanka. Essas foram as principais etapas da viagem ao país asiático do cardeal Fernando Filoni, um mês após os ataques kamikazes, que em 21 de abril passado, provocaram a morte de pelo menos 253 pessoas. Segundo as autoridades locais, os ataques reivindicados pelo Estado Islâmico foram realizados por um grupo extremista, de origem islâmica, presente na ilha.
A fé em meio ao choque
Em vários momentos durante a viagem ao Sri Lanka, o cardeal Filoni foi acompanhado pelo arcebispo de Colombo, cardeal Malcolm Ranjith Patabendige Don, que ressaltou ao Vatican News que os ataques desferrados na Páscoa, foram um choque em um país que também se destacava pela coexistência pacífica entre os fiéis de diferentes religiões. O cardeal cingalês recordou também que o cardeal Filoni encontrou os familiares das vítimas, levando a proximidade do Papa e assegurando sua própria oração:
R. - O cardeal Filoni chegou há dois dias e foi visitar as duas comunidades católicas afetadas por essa catástrofe. Ele visitou as famílias e falou com uma família de cada vez. Pode saudar a todos e depois também participou de cerimônias para a reconstrução das duas igrejas. Foi uma visita realmente muito, muito útil para nós, porque nos trouxe a proximidade do Santo Padre. Sentimos não somente a proximidade do Santo Padre por meio do rádio, da televisão e das cartas, mas também pudemos ver, com os nossos olhos, a sua presença pormeio da presença do cardeal.
Como o cardeal Filoni foi recebido pela população, pela comunidade cristã, pelos familiares das vítimas?
R. - Foi um momento comovente, porque ele pode conversar com cada família atingida pela dor. Ele assegurou que o Santo Padre reza por eles e é próximo a eles..
Para o Sri Lanka, os ataques foram um choque ...
R. - Um choque incrível porque temos excelentes relações com a comunidade islâmica, com todas as outras religiões. Apesar de tudo isso, nos escolheram como alvo, esses que se dizem muçulmanos. Mas na realidade não são muçulmanos. São terroristas que atacaram essas pessoas inocentes.
Além, houve alertas sobre os atentados, que foram subestimados ...
R. - Sim e é uma vergonha. Alguns setores dos serviços secretos souberam disso e comunicaram a alguns políticos, mas parece que ignoraram essa advertência dizendo que isso não era uma coisa séria.
Agora há o temor de que possa haver novos ataques, porque alguns terroristas permaneceram no país ...
R. - Estão investigando. Havia um plano em andamento há alguns anos no Sri Lank. Sabemos que esse movimento nasceu há alguns anos e que havia campos de treinamento e que haviam feito todos os preparativos. Por isso puderam nos atacar assim com tanta força. O governo deveria ter feito mais para prevenir essa situação.
Infelizmente, não podemos excluir que os terroristas possam atacar de novo ...
R. – Não se sabe e por isso agora estamos muito atentos. Também nas igrejas adotamos algumas medidas para a vigilância, também nas escolas, para crianças, porque a situação ainda não está completamente clara.
Voltemos à visita do cardeal Filoni. O cardeal também se encontrou com o primeiro ministro do Sri Lanka: quais foram os temas no centro deste encontro, esta entrevista?
R. - Ele também foi recebido pelo presidente do Estado, senhor Sirisena. Depois, o primeiro-ministro fez uma visita ao cardeal na Nunciatura. Estávamos presentes também nós e tivemos uma conversa bastante clara, no decorrer da qual o cardeal Filoni explicou o que o Santo Padre espera do governo. Esperamos que continuem a ajudar as pessoas para voltarem à normalidade. Esperamos que procurem as pessoas envolvidas nesses atentados e que o país retorne à tranquilidade o mais rápido possível.
As igrejas estão sendo reconstruídas para retornar a essa normalidade. O governo financiou quer a reconstrução da Igreja de São Sebastião como a do Santuário de Santo Antônio ...
R. - Sim, o governo está fazendo muito para restaurar nossas duas igrejas e também a igreja evangélica em Batticaloa. Nosso apelo é este: rezem por nós e ajudem o máximo que puderem. Procurem garantir que tais atos não aconteçam em outros países ...
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