Card. Parolin: “Salvar vidas deve ser a estrela polar que nos guia"
Cidade do Vaticano
“Creio que a vida humana deve ser salvada de qualquer maneira. Portanto isso deve ser a estrela polar que nos guia, todo o resto é secundário”. São palavras do Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano respondendo aos jornalistas, na cidade de Potenza (Itália), depois da Santa Missa celebrada para festejar o jornal católico italiano “Avvenire”, referindo-se aos fatos ocorridos com a embarcação Sea Watch3 da ONG alemã.
Enfatizar os sinais de esperança
Ao cumprimentar um time de rugby, o Secretário de Estado disse-lhes “procuremos enfatizar os sinais de esperança que estão presentes, ao contrário, como seguir adiante?”. “Às vezes nós também temos que ser um pouco musculosos – acrescentou o Cardeal sorrindo aos atletas – porém procuremos trabalhar ou nos direcionar todos para o mesmo lado”. Para isso, disse Parolin, é necessário evidenciar os sinais de esperança: “A única resposta que hoje podemos dar aos desafios do mundo atual é um autêntico testemunho da vida cristã, um cristianismo que vive os fundamentos dos atos de Deus, porém que sabe traduzir em obras a favor da sociedade. O testemunho é a palavra chave dos cristãos de todos os tempos”.
A Diplomacia é busca da promoção da paz
Na noite de sábado, 29 de junho – assinala o jornal Avvenire – o cardeal Parolin participou de um diálogo no teatro “Stabile” de Potenza, com o diretor do Avvenire, Marco Tarquinio sobre a tema “A diplomacia da Santa Sé com o Papa Francisco”. O cardeal Parolin, com grande experiência em diplomacia eclesial ao redor do mundo, falou sobre as novidades na diplomacia da Santa Sé trazidas por Jorge Bergoglio. “Os objetivos da diplomacia da Santa Sé – esclareceu o cardeal – se resumem na busca da promoção da paz, que na Gaudium et Spes não é apenas a ausência de conflitos, mas o que deriva da ordem e justiça, a soma dos bens materiais e espirituais. Outras diplomacias têm interesses econômicos ou militares. O Papa Francisco coloca-se nas pegadas da Igreja, convidando-nos a não considerar os problemas de modo abstrato, mas sim concreto, olhando sempre de frente os rostos das pessoas: crianças, idosos, marginalizados, vítimas da violência”.
Periferias e pró-atividades
Igualmente, o Secretário de Estado enfatizou que com o Papa Francisco mudou a visão eurocêntrica que havia até então, o Pontífice, acrescentou, tratou de introduzir uma perspectiva diferente, a da periferia e da pró-atividade. São as periferias que ajudam o centro a entender o mundo. A pró-atividade refere-se a não esperar para reagir durante as crises, mas prevenir e estar presentes, considerando que somos poucos, a crise das vocações limita os meios da nossa diplomacia.
Segundo o cardeal Parolin, o Papa Francisco considera que “a diplomacia do Vaticano não é mundana, é a diplomacia do Evangelho, que atua sobre a base dos grandes valores da convivência humana. E tem uma grande estima por todos os Núncios que se dedicam à diplomacia vaticana.
Ao contrário de outras formas de diplomacia – evidencia a nota do jornal Avvenire – é que sempre temos pessoas em todos os lugares. As decisões podem ter efeitos sobre eles. O Papa pode estar preocupado, porém sempre se comporta com grande paz interior, nada pode nos eximir da alegria profunda de nos sentirmos amados pelo Senhor, que guia a história, acima de todas as agitações dos homens. Devemos nos colocar em sintonia com Ele, para fazer o que Ele quer”.
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